Em declarações à agência Lusa, o brigadeiro-general Eduardo Faria disse que o registo de sismos na zona dos Rosais, na parte mais ocidental da ilha, é uma “situação nova”.
Desde o início da crise sísmica em São Jorge, no dia 19, que os sismos se têm vindo a registar na parte central da ilha, numa área que vai desde o centro de Velas até à Fajã do Ouvidor.
Já no briefing diário sobre a situação, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores tinha revelado a existência de “uma alteração relativamente à localização dos epicentros" dos sismos.
“Essas coisas não se podem prever onde vai ser, mas estar-se-ia mais à espera que continuasse na mesma linha que se tinha verificado nos últimos dias”, disse hoje à Lusa.
Segundo disse, os sismos na zona dos Rosais têm ocorrido mais próximos da superfície, uma vez que o epicentro tem sido registado entre os “cinco a sete quilómetros de profundidade”.
Já os eventos ocorridos na zona central da ilha continuam a ter um epicentro com profundidade de “7,5 a 12 quilómetros”.
Eduardo Faria acrescentou que os técnicos do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) estão a “analisar a situação”, uma vez que ainda não se “conhece inteiramente” o “contexto dos sismos registados” desde quinta-feira à noite na zona dos Rosais.
Face a essa situação, a Proteção Civil está a “avaliar” a possibilidade de impedir o acesso à zona mais ocidental da ilha, nos Rosais.
“Está-se a avaliar as condições de segurança daquela zona mais ocidental da ilha, olhando para as condições de estabilidade e para a possibilidade de vedar aquela zona, sobretudo a zona próxima do farol para salvaguardar qualquer dano pessoal”, acrescentou, referindo-se ao Farol da Ponta dos Rosais.
O Farol da Ponta dos Rosais entrou em funcionamento em 1958, mas está ao abandono desde 1980, depois de ter sido fustigado por vários eventos de natureza sísmica ao longo dos anos.
A ilha de São Jorge contabilizou mais de 14 mil sismos, desde o início da crise sísmica a 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.
O número de sismos registados é mais do dobro do total contabilizado em toda a região autónoma dos Açores durante o ano 2021.
Cerca de 2.500 pessoas já saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 por via aérea e marítima, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.
A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4(ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.
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