“A situação está normalizada e sem ocorrências durante a noite”, disse à agência Lusa fonte do CHL.
Na terça-feira, o CHL, de que faz parte o hospital de Leiria, anunciou que o acesso ao serviço de Urgência Geral do Hospital de Santo André iria estar limitado naquele horário e admitiu “o possível reencaminhamento de alguns doentes para as Urgências do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra".
Segundo o CHL, esta situação deveu-se “a três razões essenciais”, como o facto de “continuarem a acorrer ao CHL muitas falsas urgências”.
A medida foi também justificada por as “Urgências da ADR [Área Dedicada para Doentes Respiratórios] do Hospital das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste terem encerrado” na segunda-feira e “estarem a ser reencaminhados doentes” para o hospital de Leiria.
Outra razão prendeu-se com o facto de ainda na segunda-feira “se ter registado o recorde desde 01 de janeiro deste ano do número de doentes atendidos no Serviço de Urgência Geral” do Hospital de Santo André “de 404 doentes, sem que tenha sido possível, não obstante todos os esforços, alocar reforços médicos necessários para uma resposta compatível”.
No comunicado, o CHL reiterou o apelo para que os utentes se dirijam “ao Serviço de Urgência apenas em casos mesmo urgentes”.
No dia 01 de outubro, o CHL confirmou que nesse dia “não foi possível preencher a escala de urgência de Ortopedia entre as 09:00 e as 20:00”.
“Estão ortopedistas a trabalhar no hospital no internamento para apoio aos doentes internados. O pequeno e grande trauma são encaminhados para outras unidades de saúde da região e o CHL está, inclusivamente, articulado com o seu hospital de referência, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”, explicou então o CHL, esclarecendo que esta situação foi comunicada ao Instituto Nacional de Emergência Médica e ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes.
A situação motivou críticas do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
Esta Secção alertou nesse dia para a “situação grave” do hospital de Leiria, devido à falta de médicos no Serviço de Urgência, e pediu ao Ministério da Saúde a “resolução imediata do problema”.
Já o SIM lamentou que “continuem sem resposta os alertas que repetidamente tem feito sobre a situação no Centro Hospitalar de Leiria”.
Em 17 de setembro, o CHL anunciou o aumento do valor a pagar aos médicos generalistas para exercício de funções no serviço de Urgência Geral do hospital de Leiria, uma das medidas para “resolver as dificuldades sentidas” neste serviço que “tem registado uma forte afluência de utentes”.
Então, o CHL considerava que este excesso de procura refletia a falta de resposta dos centros de saúde da região e o aumento do número de casos covid-19 na sua área de influência.
Salientando que “a ausência de alternativas para os utentes tem condicionado o funcionamento” da Urgência, o CHL reconheceu que a esta situação se soma “a efetiva e conhecida situação de escassez de recursos humanos e, em particular, de pessoal médico”.
“No concurso para médicos de várias especialidades, lançado em julho, para 36 vagas, até agora só foi possível ocupar 19 vagas”, lembrou naquela data o CHL, sustentando que à “dificuldade assumida das empresas externas em contratar médicos generalistas” para esta Urgência acrescia “o cansaço manifestado pelos internistas, cirurgiões e ortopedistas que, a par dos generalistas, asseguram” aquele serviço 24 sobre 24 horas, em regime presencial, todo o ano.
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