Num comunicado, hoje divulgado, o SJ disse que “pediu uma audiência urgente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o intuito de debater a grave crise da Trust In News (TiN), empresa detentora de títulos como ‘Visão’, ‘Exame’ ou ‘Jornal de Letras’, entre outros”, destacou.

O SJ defendeu que, “enquanto mais alto magistrado da nação, o Presidente da República, uma pessoa com grande proximidade e passado nos media, pode ter um papel muito importante para uma possível saída para esta crise, que afeta a vida de cerca de 150 pessoas”.

Segundo a estrutura sindical, “os problemas da TiN, uma empresa em insolvência, com salários em atraso e pagamentos em falta a quem trabalha a recibos verdes, não podem deixar ninguém indiferente”.

Para o SJ, o acolhimento que o Presidente da República “dá às questões do jornalismo, que publicamente reconhece como um pilar da Democracia, é um sinal claro da importância desta profissão na sociedade”, que, assegurou, “não será a mesma sem os 17 títulos da TiN, que muito contribuem para a construção de uma democracia mais plural e diversificada, por isso mais justa e saudável”.

O SJ recordou depois a atenção que Marcelo Rebelo de Sousa tem dado ao tema. “Recorde-se que, em 2019, acolheu, na cidadela de Cascais, uma conferência internacional sobre o financiamento dos media, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas e com o alto patrocínio da Presidência da República”, lembrando ainda que “daí saíram propostas e soluções que, infelizmente, foram ignoradas pelo poder político ao longo dos anos, embora uma ou outra tenha tido algum acolhimento no recentemente anunciado Plano de Ação para a Comunicação Social”.

Além disso, o SJ solicitou, também, “um encontro, com caráter de urgência, com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e alertou todos os grupos parlamentares para a carta aberta dos trabalhadores da TiN enviada aos políticos, num esforço para reforçar a sensibilização dos detentores de cargos públicos para a gravidade da situação, que afeta dezenas de famílias”.

O sindicato disse que, “além de envolver os políticos e governantes na procura de uma solução” está “totalmente disponível para ajudar os trabalhadores no que entenderem e acredita que, neste momento de aperto, compete a todos os cidadãos mostrar solidariedade com as pessoas que trabalham naquele grupo”.

Os trabalhadores da TiN irão concentrar-se, na próxima quarta-feira, em Lisboa, para denunciar a situação do grupo.

A TiN, que detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa, TV Mais, viu o seu Processo Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro, tendo em 12 de novembro a administração anunciado a sua intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo já a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.