“Se a tutela e a TAP julgarem haver disponibilidade financeira para distribuir este prémio, o STTAMP exige que o mesmo seja distribuído por todos os trabalhadores e não só por alguns. Caso se confirme o prémio e a sua distribuição nos termos atuais, a direção do STTAMP dará voz à indignação patenteada pela grande maioria dos trabalhadores, e tomará as medidas necessárias e convenientes para defender os seus legítimos interesses”, alerta o sindicato, em comunicado.
O STTAMP manifestou “total estupefação” com a atribuição do prémio, destacando que a empresa apresentou “recentemente às organizações representativas dos trabalhadores a possibilidade de alteração à fórmula de comparticipação do seguro de saúde do agregado familiar”.
De acordo com o sindicato, “o ónus e encargos oriundos da revisão dessa fórmula seriam integralmente suportados pelos trabalhadores da empresa”.
“Esta atitude, da inteira responsabilidade do atual Conselho de Administração da TAP, não reúne o entendimento e consentimento trabalhadores e tem sido objeto de profunda revolta e indignação”, descreve o STTAMP.
Para o sindicato, “estas medidas mescladas demonstram a total falta de decoro e vergonha por parte de quem dirige os destinos da TAP”.
O STTAMP diz estar em causa uma “situação totalmente inusitada”, apenas possível “porque o acionista maioritário (o Estado português) negligencia e se exime em absoluto do seu dever de fiscalização preventiva da empresa, deixando os destinos da “NOSSA” TAP aos critérios de gestores com créditos pouco firmados em Portugal”.
“O Governo, ultrapassado pelos acontecimentos, solicitou a convocatória, com caráter de urgência para esclarecimento de todo o processo, tendo em conta o dever de informação a que a Comissão Executiva da TAP está obrigada, nos termos do acordo parassocial e da legislação em vigor”, descreve.
O primeiro-ministro, António Costa, disse na quinta-feira que o Estado considera o modelo de distribuição de prémios da TAP “incompatível com os padrões de sobriedade” que devem existir em empresas participadas pelo Estado.
A Comissão Executiva da TAP justificou a atribuição dos prémios com o “programa de mérito” implementado pela companhia, que diz ter sido “foi fundamental” para os resultados atingidos em 2018.
A agência Lusa noticiou na terça-feira que a TAP pagou prémios de 1,171 milhões de euros a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores, apesar de em 2018 ter registado um prejuízo de 118 milhões de euros.
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