Em comunicado, o SEF indicou que, depois de receber denúncias, inquiriu os seis cidadãos estrangeiros, na quarta-feira, a quem havia sido “garantida a inscrição” para competirem no campeonato da 1.ª divisão distrital, o que “não chegou a concretizar-se”.
“Foram-lhes, ainda, prometidas condições remuneratórias que não foram cumpridas e exigido o adiantamento de avultadas quantias, alegadamente para o pagamento de taxas administrativas, que nunca chegaram a ser devolvidas”, adiantou.
Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que os estrangeiros sinalizados eram jogadores do União Serpense.
O clube, segundo um comunicado da Associação de Futebol de Beja (AFB) publicado na sua página de Internet, desistiu de participar no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão desta época.
Contactado pela Lusa, o presidente do Clube de Futebol União Serpense Sport Clube, Alfredo Mestre, explicou que a pessoa que “era para ser diretor desportivo” da equipa “foi-se embora com o dinheiro” adiantado pelos jogadores para as inscrições.
“Ficou com o dinheiro dos jogadores e o investidor que tinha prometido não apareceu”, o que impossibilitou a inscrição dos jogadores na AFB e a consequente participação do clube no campeonato distrital, argumentou.
Contudo, vincou o dirigente do União Serpense, dois jogadores que ficaram sem o dinheiro já regressaram ao país de origem e os que ficaram “estão a ser bem tratados” pelo clube e não lhes “falta nada” em termos de alimentação e alojamento.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Serpa, João Efigénio Palma, disse não ter conhecimento desta ação do SEF, notando, porém, que este clube “tinha jovens predominantemente estrangeiros”.
“O clube de sempre da terra é o Futebol Clube de Serpa, mas, há alguns anos, foi formada uma nova associação, que é o União Serpense, com a intenção de valorizar jogadores oriundos do mercado sul-americano e de outros para os colocar noutras equipas”, frisou.
Segundo o autarca alentejano, o clube disputou “campeonatos até ao ano passado”, mas, esta época, “não conseguiu garantir condições para inscrever os atletas e competir na 1.ª divisão distrital”.
O SEF acrescentou, no comunicado, que contactou a Equipa Multidisciplinar Especializada para assistência a vítimas de tráfico de seres humanos e comunicou os indícios apurados à autoridade judiciária.
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