“Não, ainda não houve decisão formal nesse sentido. Nós temos sempre grandes possibilidades, tendo em conta o valor destes três deputados. A solução andará por aí, andará por aí”, declarou Jerónimo de Sousa, à margem de um encontro do Grupo de Esquerda Unitária no Parlamento Europeu, ladeado pelos três eurodeputados, João Ferreira – que já foi o cabeça-de-lista da CDU em 2014 -, João Pimenta Lopes e Miguel Viegas.
Questionado sobre se o objetivo para as eleições europeias de 2019 passa por eleger ainda mais deputados ao Parlamento Europeu, Jerónimo de Sousa sorriu e disse que é difícil mas não impossível.
“Esperar (eleger mais deputados), esperamos sempre. É uma batalha naturalmente difícil, mas estamos sustentados no excelente trabalho realizado pelos meus camaradas, os três deputados que estão aqui presentes”, cuja intervenção, disse, ficou “muito marcada pela defesa dos interesses nacionais no quadro desta União Europeia”, o que dá ao PCP “uma certa sustentação”.
Jerónimo de Sousa ressalvou todavia que “prognósticos podem ser feitos, mas resultados só em maio”, pelo que é necessário aguardar.
Sobre a sua presença no encontro de hoje do Grupo da Esquerda Unitária – de que o PCP foi um dos fundados, apontou -, Jerónimo de Sousa referiu que se deslocou a Bruxelas para levar notícias de Portugal, “particularmente nesta nova fase da vida política nacional”, com um processo em curso "de reposição de rendimentos e direitos”, uma realidade, argumentou, que “desmentiu a troika”.
O secretário-geral do PCP sublinhou que não defende a ideia de uma “geringonça” para outros Estados-membros da União Europeia, pois considera que aquilo que aconteceu em Portugal (apoio parlamentar de PCP e Bloco de Esquerda a um Governo PS) “é uma experiência única, que não tem aplicabilidade concreta noutros países da UE”.
“Houve uma circunstância, uma conjuntura, e o PCP interveio para que existisse uma solução política”, disse, congratulando-se por essa solução ter sido viável e a realidade ter demonstrado, na sua opinião, “uma derrota clara do anterior Governo e da troika estrangeira, que consideravam que era preciso empobrecer o povo e o país para resolver os problemas económicos” de Portugal.
Na sua intervenção perante as outras forças políticas do Grupo de Esquerda Unitária, Jerónimo de Sousa defendeu também que a realidade portuguesa mostra que se poderia ir “muito mais longe se não fossem os constrangimentos, as imposições das instituições da UE, que condicionam a possibilidade real de resolver os problemas estruturantes” do país.
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