“Para o imediato, o que foi acordado e que corresponde no fundo a uma proposta das associações agrícolas, foi o reforço do abastecimento de água em alguns pontos estratégicos de São Miguel. Ou seja, existe uma rede de reservatórios muito significativos, mas vão ser selecionados alguns estratégicos para permitir que os agricultores tenham acesso mais facilitado à água”, disse o secretário regional da Agricultura e Florestas, em declarações aos jornalistas.
João Ponte falava após uma reunião com a Associação Agrícola de São Miguel, a pedido desta organização, e que juntou também o conselho de administração do Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA) e os jovens agricultores.
O governante adiantou que será reforçado o abastecimento de água, "recorrendo aos bombeiros, em dois sistemas integrados de abastecimento de água na maior ilha açoriana, um na Lagoa das Contendas e outro na zona de Vila Franca do Campo, mas que também abastece parte da Ribeira Grande e também no concelho de Ponta Delgada".
"E vamos ter que encontrar na Ribeira Grande uma boa localização para a construção de mais uma lagoa, que é fundamental para garantir no futuro a sustentabilidade do abastecimento de água", avançou.
Admitiu que a situação “é complexa” para “o abastecimento de água as populações e à lavoura” tendo em conta as previsões a médio e longo prazo que apontam para "uma precipitação residual", pelo que apelou "a um grande cuidado no consumo de água nas próximas semanas" até que volte a chover.
João Ponte considerou, por outro lado, que "custa ouvir alguns representantes de alguns municípios dizerem que vão cortar o abastecimento de água a lavoura", o que disse ser uma "situação inaceitável porque garantir o abastecimento a um hotel, a um restaurante, a um comércio é tão importante como garantir o abastecimento de água a uma exploração agrícola".
O presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, destacou a “sensibilidade” do Governo açoriano e do IROA para “colmatar uma situação complexa de falta de água” nos reservatórios e no interior das explorações agrícolas.
“Solicitámos esta reunião tendo em conta o momento complexo que atinge a agricultura devido às condições climatéricas que afeta a distribuição de água às explorações. E o que ficou acordado foi precisamente aquilo que pretendíamos”, sublinhou Jorge Rita.
O dirigente associativo indicou que, em São Miguel, “os concelhos identificados como aqueles que têm menos água são claramente a bacia leiteira da Maia e Lomba da Maia e Fenais da Ajuda e ainda a bacia leiteira de Ponta Delgada”.
O presidente da Associação Agrícola de São Miguel defendeu também a importância de "uma estratégia futura" para colmatar a escassez deste recurso natural.
“Já estamos a sentir na pele esta situação e há que inverter esta situação para bem da economia regional, para bem da agricultura e para a preservação da nossa imagem magnífica do verde”, sublinhou.
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