“Os peregrinos de Fátima não precisam de se pré-inscrever, o que significa que nunca sabemos quantas pessoas estarão. A nossa expectativa é que seja muito grande o número de pessoas que venha para saudar, ver e ouvir o papa”, disse hoje Carlos Cabecinhas, em conferência de imprensa da equipa do santuário de Fátima, coordenadora da visita do Papa Francisco.
Carlos Cabecinhas frisou que este ano, em que se comemora o Centenário das Aparições, a deslocação de peregrinos a Fátima já seria, só por si, atrativa, “mas com a presença do papa torna-se ainda mais atrativa”.
“Significa que a multidão poderá ser muito maior”, adiantou o reitor, em comparação com a deslocação a Portugal do papa Bento XVI, em 2010, que esteve em Lisboa, Fátima e Porto.
“Desta vez a visita centra-se única e exclusivamente em Fátima, por isso é expectável que a pressão e a afluência a Fátima seja particularmente significativa e seja muito maior”, frisou Carlos Cabecinhas.
O reitor não adiantou pormenores sobre o programa da visita do papa, que será divulgado, pelo Vaticano, cerca de dois meses antes, em março, mas revelou que, “nas linhas fundamentais” não deverá divergir muito do programa habitual da peregrinação de maio à Cova da Iria, “com algumas adaptações”.
O reitor revelou, no entanto, que o papa “à partida” entrará no recinto do santuário, a 12 de maio, “de papamóvel”, lembrando que os percursos no recinto “são particularmente generosos” e “sempre longos” em termos de distâncias, o que significa que Francisco se desloque no veículo que habitualmente o transporta “e não propriamente a pé, dada a distância”.
Carlos Cabecinhas disse ainda que o papa desloca-se a Fátima “apenas para celebrações” religiosas com os peregrinos: “não há encontros previstos, não há receções previstas vem apenas para celebrar aqui em Fátima com os peregrinos, vem como peregrino, é isso que é expectável, o resto teremos de esperar pela divulgação do programa”, afiançou.
Lembrou que a deslocação para estar presente no Centenário das Aparições, resultou de um convite da Conferência Episcopal Portuguesa e da Presidência da República “e o papa acedeu a esse convite, mas focou a sua visita” em Fátima.
“O papa quer estar com os portugueses, quer vir a Portugal mas vem focado nesse momento que é o Centenário das Aparições. Aqui não há uma qualquer crispação, não há uma qualquer situação de menor conforto institucional na relação com o Estado português [por o papa não se deslocar a Lisboa], aqui há, fundamentalmente, um desejo deste papa e deste pontificado, porque é uma marca do pontificado, de focalizar claramente, no sentido pastoral e espiritual, aquelas que são as atitudes e as visitas papais”, argumentou o reitor do santuário.
O reitor frisou ainda que o santuário tem uma espaço físico “limitado, tem um limite de peregrinos que pode comportar em segurança que não pode ser ultrapassado” e que, sendo expectável a afluência de um maior número de peregrinos do que aquele que o recinto comporta, serão instalados ecrãs gigantes em áreas anexas, para que os peregrinos possam seguir as celebrações.
Santuário de Fátima preocupado com preços altos de alojamento para visita do papa
O Santuário de Fátima está preocupado com a especulação com os preços do alojamento para a visita do papa Francisco, em maio, e optou por não aumentar os valores cobrados nas suas casas de acolhimento.
“Obviamente que nos preocupa que haja especulação à volta dos alojamentos com a vinda do papa”, admitiu Carlos Cabecinhas. O padre recusou a ideia de que a especulação com os preços seja generalizada, mas admitiu que existe.
O reitor e coordenador da visita do papa afirmou que “o Santuário, neste ano de centenário, optou por, nas suas casas de acolhimento, que têm uma capacidade muito reservada, não fazer qualquer atualização, a opção foi não atualizar os preços de alojamento”, disse.
“Mais do que isso não me parece curial referir”, concluiu.
Nos últimos meses têm sido publicadas notícias sobre os preços altos dos alojamentos em maio, chegando a centenas de euros.
Face ao previsível grande número de peregrinos que irão acampar em Fátima nesses dias, o Santuário vai tentar dissuadi-los de colocar as tendas junto ao local das celebrações, mas o padre Carlos Cabecinhas admitiu que não existe alternativa.
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