Serguei Lavrov disse que em qualquer conflito "temos de considerar as razões principais dos apoios", referindo-se à autorização de armas de longo alcance pela Ucrânia.

O chefe da diplomacia russa prometeu uma "resposta apropriada” ao disparo ucraniano de mísseis ATACMS norte-americanos contra a Rússia, classificando-o como uma “nova fase” do conflito.

Moscovo confirmou que as forças ucranianas atacaram o seu território à noite com estes mísseis de longo alcance, poucos dias depois da luz verde de Washington para Kiev para atacar o solo russo com este tipo de armas.

“Se os mísseis de longo alcance são utilizados a partir da Ucrânia em direção ao território russo, isso significa que são operados por especialistas militares americanos. Consideraremos esta uma nova fase da guerra ocidental contra a Rússia e responderemos em conformidade”, declarou Serguei Lavrov, em declarações aos jornalistas, no Rio de Janeiro, após uma reunião do G20.

Lavrov explicou que os ATACMS não poderiam ter sido disparados pelos ucranianos "sem a ajuda de especialistas e instrutores americanos" que fornecem em particular "dados de satélite, programação e orientação".

O chefe da diplomacia russa considerou que o uso dos ATACMS para atacar solo russo é “um sinal” de que a Ucrânia e o Ocidente “querem uma escalada”.

Lavrov recomendou ainda que os ocidentais “leiam na íntegra” a nova doutrina nuclear russa, que alarga a possibilidade de Moscovo utilizar armas atómicas no caso de um ataque “massivo” por parte de um país não nuclear apoiado por uma potência nuclear, uma referência clara à Ucrânia e aos Estados Unidos.

Em setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha avisado que se a Ucrânia atacasse o território russo com mísseis ocidentais de longo alcance, isso significaria que "os países da NATO estão em guerra com a Rússia".