“Ontem ficámos chocados quando ouvimos uma declaração do embaixador israelita em Moscovo, segundo a qual a elaboração das listas russas (para retirada) poderia demorar até duas semanas”, afirmou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em conferência de imprensa.
“É uma lógica inaceitável”, denunciou, assegurando que, do lado russo, “está tudo pronto” para evacuação através da passagem de Rafah, sob controlo egípcio.
“Não conseguimos compreender porque é que este processo não foi desencadeado, apesar das nossas ações operacionais e do nosso cumprimento de todos os pedidos e condições estabelecidos nas medidas de segurança”, acrescentou.
O embaixador de Israel em Moscovo, Alexander Ben Zvi, disse à agência de notícias russa TASS que o Egito decidiu permitir a passagem de apenas 600 pessoas por dia pela passagem de Rafah.
“Se apenas 600 pessoas por dia forem autorizadas a passar, poderá demorar duas semanas” para retirar os cidadãos russos, disse Ben Zvi, acrescentando que um total de 7.000 pessoas estão à espera para saírem da Faixa de Gaza.
Zakharova disse ainda que “muitas crianças” estavam à espera de ser retiradas, acrescentando que cerca de “300 menores russos” estavam nesta situação.
A passagem de Rafah, controlada pelas autoridades egípcias, reabriu a 01 de novembro para permitir a retirada de estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade retidos no território palestiniano.
Três dias após a abertura da passagem de Rafah, dezenas de palestinianos feridos e centenas de portadores de passaportes estrangeiros puderam sair de Gaza para o Egito.
Após esse período, o Hamas suspendeu as evacuações durante dois dias antes de as autorizar novamente.
A 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.400 mortos e mais de duas centenas e meia de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
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