“A audiência preliminar foi adiada para 06 de junho. Isso significa que o grande julgamento por ‘extremismo’ começará no mesmo dia”, informou hoje Kira Yarmish, assistente de Navalny, através da rede social Twitter.

A equipa de Navalny explicou que a data de 31 de maio para o início do processo judicial desapareceu do ‘site’ do tribunal urbano de Moscovo.

A mesma fonte denunciou que os funcionários da prisão onde se encontra detido Navalny não permitiram que o opositor russo analisasse o volume dos materiais da acusação, uma vez que apenas um livro é permitido na sua cela.

Segundo o portal de notícias Mediazona, Navalny é acusado de financiar e instigar ações extremistas e de criar uma organização que atentou contra os direitos dos cidadãos, referindo-se ao ilegalizado Fundo de Luta contra a Corrupção (FBK).

Foi também indiciado por reabilitação do nazismo e atração de menores de idade para participar em ações perigosas, numa alusão a manifestações da oposição não-autorizadas.

Nos últimos meses, Navalny condenou nas redes sociais a “guerra criminosa” lançada por Vladimir Putin na Ucrânia em fevereiro de 2022, acusando o chefe de Estado russo de enviar “para o matadouro” centenas de milhares de cidadãos russos.

A equipa de Navalny convocou para 04 de junho uma jornada mundial de apoio ao seu líder, que completará nesse dia 47 anos, denunciando que ele está na prisão há 850 dias, 165 dos quais passados em celas de castigo numa penitenciária da região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo.

Os seus colaboradores, que se encontram todos no estrangeiro, acusaram as autoridades prisionais de tentar envenená-lo na prisão.

A justiça russa rejeitou em novembro de 2022 um recurso dos advogados de Alexei Navalny e confirmou a sua sentença de oito anos de prisão, a que foi condenado por fraude e desacato.