“Zelensky afirmou que a Ucrânia está pronta para discutir com a Rússia a sua retirada da NATO e o estatuto da Crimeia, mas somente depois de as ações militares cessarem e as tropas russas deixarem o território ucraniano”, escreveu o deputado russo na sua conta no Twitter.
Viacheslav Volodin lembrou, na mesma mensagem, que o Presidente ucraniano se expressou nos mesmos termos antes das negociações no final de março em Istambul, Turquia, quando as tropas russas estavam às portas de Kiev, o que levou a Rússia a reduzir a sua atividade militar naquela área.
Então, destacou Volodin, “Kiev retirou os compromissos que tinha assumido” e “hoje propõe o mesmo cenário”, sublinhando que “a causa é óbvia” e que o Presidente ucraniano “quer ganhar tempo e simultaneamente pede ajuda militar à NATO”.
Segundo o parlamentar, o exército ucraniano registou 23.367 vítimas mortais, um número divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Defesa russo, e cerca de 2.500 militares estão cercados no território do complexo metalúrgico Azovstal, em Mariupol, mas as suas vidas serão poupadas se depuserem as armas.
Volodin enfatizou que, se Zelensky se preocupa com os cidadãos ucranianos, deve tomar duas decisões: “Primeiro, retirar as tropas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e, segundo, estabelecer em tratado o reconhecimento da Crimeia [como território russo] e o estatuto neutro da Ucrânia, bem como a ‘desnazificação’ e desmilitarização do país. Não será de outra forma”, frisou.
Por sua vez, na rede social Facebook do Estado-Maior ucraniano, fontes militares ucranianas informaram hoje que sobre o avanço das tropas russas, afirmando que “o inimigo continua os seus ataques aéreos em Mariupol, assim como no resto da região de Donetsk”.
Por outro lado, fontes de defesa, citadas pela agência noticiosa EFE, afirmaram ter conseguido repelir sucessivos ataques aéreos à capital ucraniana.
Na noite passada, a Rússia apelou à rendição das forças ucranianas em Mariupol, cidade cercada no leste do país, a partir das 06:00 (04:00 em Lisboa), comprometendo-se a poupar as vidas dos que deponham as armas.
Numa mensagem divulgada no sábado, o Presidente ucraniano descreveu a situação naquela cidade portuária como “desumana” e acusou a Rússia de “destruir” tudo no seu caminho.
Numa mensagem anterior, também no sábado, Zelensky tinha alertado para o facto de “a eliminação” pela Rússia dos seus soldados que resistem em Mariupol significaria “o fim de qualquer negociação de paz”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou cerca de dois mil civis segundo dados da ONU, tendo o conflito causado a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais quase metade para países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que enviou armamento para a Ucrânia e aplicou sanções económicas e políticas à Rússia.
Comentários