O diário The New York Times revelou no sábado que os EUA tinham aumentado as intrusões informáticas na rede elétrica e em outros alvos da Rússia, como forma de avisar Moscovo, suspeita de fazer o mesmo nos EUA, para um possível ataque cibernético, em caso de conflito entre os dois países.
Hoje, o porta-voz do Governo russo, Dmitri Peskov, admitiu ter conhecimento destas operações de ataque cibernético por parte dos EUA e recordou que, recentemente, o Presidente Vladimir Putin propôs ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, cooperação no campo da segurança digital.
“Várias das nossas organizações financeiras, os nossos média, as nossas instituições e as nossas infraestruturas foram atacadas ao longo de vários anos, vindas de países ocidentais, incluindo os EUA”, denunciou Peskov.
“Este é um problema sério”, avisou o porta-voz do Kremlin, referindo-se às informações divulgadas pelo jornal nova-iorquino.
De acordo com funcionários das autoridades norte-americanas, citados pelo jornal, Donald Trump não foi informado sobre os detalhes destas ações.
O artigo irritou o Presidente dos Estados Unidos, que criticou a divulgação das informações, considerando que o jornal era “corrupto” e que os seus jornalistas eram “inimigos do povo”.
De acordo com uma fonte de segurança citada segunda-feira pela agência noticiosa russa Ria Novosti, os Estados Unidos há anos que procuram danificar as infraestruturas de transporte, energia e serviços bancários na Rússia, no âmbito de procedimentos de “guerra cibernética”.
Hoje, o chefe da inteligência russa, Sergei Naryshkin, disse estarem em preparação ciberataques contra a Rússia por parte de países ocidentais.
“Já demos conta disso ao nosso Governo”, disse o responsável, durante uma reunião de serviços de segurança, sem dar mais pormenores.
A Rússia é acusada pelos países ocidentais de estar por trás de uma série de ataques cibernéticos globais nos últimos anos, incluindo a intromissão nos computadores do Partido Democrata dos EUA, durante as eleições presidenciais de 2016, bem como o uso de redes sociais para promover causas em vários países estrangeiros.
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