"Diz-se sempre, a cada eleição, que essa eleição é decisiva. Bem, esta podemos dizer mil vezes, porque esta eleição é inteiramente decisiva para o nosso país. E dentro dessa eleição, na qual se joga o nosso contrato democrático, social e o futuro do contrato ambiental que queremos, o voto no Livre é o mais decisivo de todos", defendeu o dirigente, no Teatro Thalia, em Lisboa, numa festa-comício de arranque da campanha oficial para as legislativas antecipadas de março.
Tavares definiu o Livre como "a esquerda do futuro, dos direitos humanos, da Europa, da ecologia" e "a esquerda que está a crescer".
"Nesse dia 10 de março, quando os votos forem contados, e quando a esquerda ganhar essas eleições, podem ter a certeza que é por um voto no Livre, que é por um deputado ou deputada do Livre que essa vitória vai ser alcançada. Não há voto mais decisivo do que o voto no Livre", assegurou.
Num discurso com avisos sobre o crescimento da extrema-direita, o historiador procurou fundamentar a ideia de que as propostas do partido, por vezes criticadas ou apontadas como utópicas por outras forças políticas, são possíveis, dando como exemplo a atribuição de um subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica, que já é lei.
Tavares enumerou propostas avançadas nesta campanha, como a "herança social", que visa permitir a um jovem entre os 18 e 35 anos aceder a uma quantia que pode ter origem na taxação de "grandes heranças" ou através da rentabilização de certificados de aforro.
"É com um sorriso na cara que vamos virar este jogo e que se constrói o futuro deste país", sustentou.
Tavares considerou que o voto no Livre será também decisivo para saber o que se vai discutir durante a campanha: “se é a agenda dos políticos ou das políticas. Se é a agenda partidária, do comentário, a agenda mediática de ciclo curto ou se é a agenda dos cidadãos, do que interessa para as suas vidas”.
O historiador lembrou que nas legislativas de 2022 um dos temas que veio ao debate foi o da prisão perpétua, e que, na altura, o partido escolheu falar da atribuição do subsídio de desemprego a quem queira terminar qualificações ou vítimas de violência doméstica.
“De cada vez que quiserem levar a agenda para a divisão e para o ódio, nós vamos trazer ao debate a agenda de trabalho de quatro dias, e a herança social”, garantiu.
O dirigente apelou à mobilização das estruturas locais do partido durante as próximas duas semanas, pedindo-lhes que fiquem “mais trinta segundos” a falar com um cidadão “zangado ou frustrado” que “tem vontade de ceder ao desânimo”, gesto que definiu como determinante para o futuro da democracia no país.
Antes da intervenção do deputado único, a ‘número dois’ por Lisboa e deputada municipal, Isabel Mendes Lopes, advogou que a esquerda é a única que consegue dialogar, ao contrário da direita, que demonstra “confusão e falta de clareza”.
“A única solução de futuro que pode sair destas eleições é uma solução de esquerda. O Livre está cá para que a esquerda no seu conjunto cresça, e com o Livre também. (…) Na campanha temos que dizer que o voto útil é aquele que é convicto e é aquele em que acreditamos e que o voto útil é um voto no Livre”, apelou.
A também porta-voz e cabeça-de-lista por Braga, Teresa Mota, garantiu que “o Livre não se rende ao pessimismo, o Livre ousa a esperança, o Livre é a esquerda do futuro” e o ‘numero um’ pelo Porto, Jorge Pinto, defendeu como essencial “garantir que Portugal não regride décadas no espaço de uma noite”, numa referência à extrema-direita.
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