"Não há nenhuma aproximação ao PS, a aproximação é a mesma que há ao CDS. A minha conversa com o líder do PS não é muito diferente do que tenho com a líder do CDS no que concerne às questões estruturais, no que concerne à governação, claro é que diferente", afirmou.
O líder social-democrata almoçou hoje durante mais de duas horas com a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, um peixe assado, na sede centrista, em Lisboa.
"Neste momento cada um faz o seu caminho. Há uma coisa que nos une, é sermos oposição ao atual Governo e à atual solução governativa, mas segue cada um o seu caminho, na hora de haver eleições poder-se-á falar nisso [coligações pré ou pós eleitorais], mas não falámos sobre isso", contou Rui Rio aos jornalistas.
De acordo com Rui Rio, quer o primeiro-ministro quer a líder do CDS mostraram "recetividade" à ideia de participarem num diálogo acerca de matérias estruturantes.
"No que concerne a questões de ordem estrutural, são as mesmas que referi ao primeiro-ministro e as mesmas que referi ao Presidente da República, têm a ver com a justiça, sistema político, descentralização, a segurança social ou outras áreas importantes como a natalidade ou a desertificação do interior, em que podemos chegar a acordo", afirmou.
Rui Rio começou por sublinhar as boas relações que mantém com o CDS desde os tempos de dirigente da associação de estudantes da Faculdade de Economia do Porto e de presidente da autarquia portuense, em que cumpriu três mandatos com os centristas, mas enfatizou a necessidade de conversar com todos os partidos sobre as "reformas estruturais".
O líder social-democrata insiste em não excluir ninguém desse diálogo, mesmo o BE que já se colocou explicitamente à margem de um diálogo com Rio.
"Se formos discutir a reforma do sistema político, a forma como se elegem os deputados, o BE não tem direito a ter opinião? Acho que tem direito, como eu, a ter opinião. Há ideias mais à esquerda ou mais à direita na forma como se elegem os deputados ou como se elegem as Câmaras municipais?", questionou-se.
"Uma coisa é eu perceber que não haja um almoço como este que eu tive agora com a coordenadora do BE, compreendo que não tenha de haver isto, mas amanhã quando debatermos temas em concreto, é lógico que o BE não se vai excluir, porque nunca se excluiu de nada. Há diplomas na Assembleia da República, têm de votar, têm de falar sobre eles", acrescentou.
Rui Rio recusou qualquer leitura política pela ordem com que realizou os encontros, primeiramente com António Costa, na semana passada, e hoje com Assunção Cristas.
"O primeiro encontro foi com o senhor Presidente da República e foi marcado na noite em que ganhei as eleições internas", lembrou.
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