“Independentemente do que o doutor António Costa possa ter dito, acho que em nome do interesse nacional, em nome do prestígio da democracia, os partidos que não ganham devem estar disponíveis para negociar - não é para dizer de qualquer maneira voto, nada disso - para negociar no sentido de nós conseguirmos a governabilidade para o país”, desafiou Rui Rio em entrevista à RTP durante o 39.º Congresso Nacional do PSD,
O PS, segundo Rui Rio, “tem que ser confrontado com isso, não pode andar a fugir e a dizer não sei”.
O líder do PSD afirmou que Luís Montenegro “tem toda a razão” em relação à necessidade de António Costa ser claro sobre os cenários pós-eleições legislativas.
“Aceitar o resultado eleitoral significa: ‘aquele ganhou e eu estou disponível para negociar com ele a viabilização do seu governo’. Isso deve ser recíproco”, defendeu.
Para Rio, se o PSD tem disponibilidade “para servir o país, também tem de haver a disponibilidade no sentido contrário e o PS tem de ter a mesma humildade democrática”.
Questionado sobre se ainda acha que este congresso e as diretas foram um erro, o presidente reeleito reconheceu que "efetivamente a forma as diretas decorreram e o resultado que teve acabou por beneficiar o PSD".
"Eu devo reconhecer isso, não sou teimoso. Se eu voltasse atrás, se eu soubesse o que sei hoje, naturalmente que eu teria dito vamos fazer as diretas porque me vai dar um grande impulso, sou eu que vou ganhar. Há um mês e meio ou dois meses atrás, não era previsível primeiro que fosse eu a ganhar e depois que essa minha vitória me catapultasse de uma forma tão grande", admitiu.
Considerando que "ganhar funcionou como uma mola", Rui Rio disse "normalmente não é assim".
"Quando nós temos eleições importantes os partidos não se metem em guerras internas, focam-se num objetivo. Correu bem, é verdade, devo reconhecer, mas não convém abusar", afirmou.
O presidente do PSD afirmou que "o que se vê na rua" é a possibilidade do PSD vencer as próximas eleições legislativas, defendendo que o sentimento das pessoas é favorável a um voto mais em si do que em António Costa.
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