O documento, cuja versão preliminar foi hoje divulgada pela agência France Presse, vai ser apresentado em 25 de setembro no Mónaco e alerta especialmente para alterações nos oceanos e na alimentação.
Os oceanos absorveram cerca de um quarto das emissões de gases com efeito de estufa produzidos pelos humanos desde os anos 80 do século XX. Como consequência, estão mais quentes, mais ácidos e menos salgados.
A concentração de oxigénio em ambientes marinhos baixou 2% em 60 anos e deve perder mais três a quatro graus suplementares se as emissões de CO2 se mantiverem no mesmo nível.
A frequência, a intensidade e a extensão das vagas de calor marinhas como as que devastaram a Grande Barreira de Coral da Austrália aumentaram. Os corais, dos quais meio milhão de pessoas depende para alimentação e proteção, não deverão sobreviver a um aquecimento de dois graus, comparativamente a níveis pré-industriais.
As reservas alimentares em águas tropicais pouco profundas podem decrescer 40%, devido ao aquecimento e à acidificação.
Uma duplicação da frequência acontecimentos climáticos extremos derivados do fenómeno meteorológico El Nino, que provoca fogos florestais, doenças e têm efeito sobre os ciclones – é esperada se as emissões não forem reduzidas.
O nível dos oceanos vai subir durante os próximos séculos, quaisquer que sejam as medidas tomadas.
Comparativamente ao final do século XX, o nível médio dos oceanos deverá aumentar cerca de 43 centímetros até 2100 se o aquecimento global for mantido em dois graus. Mas aumentará 84 centímetros caso as tendências atuais se mantenham no sentido de o aquecimento global poder chegar aos três ou quatro graus.
No próximo século, o ritmo de subida do nível do mar, poderá aumentar dos atuais 3,6 milímetros por ano para “vários centímetros”.
Os danos causados pelas inundações podem aumentar entre 100 a mil vezes até 2100.
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