O documento “Anatomia de um Genocídio”, que será apresentado terça-feira ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, conclui estarem a ser cometidos intencionalmente pelo menos três “atos genocidas”, assim definidos pela Convenção de 1948 para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
Analisando os padrões de violência e as políticas de Israel em Gaza, concluiu-se que os três atos são “assassínio de membros de um grupo”, com o registo de mais de 30.000 palestinianos mortos em cinco meses de conflito, “lesões corporais ou mentais graves a membros de um grupo” e “infligir deliberadamente a um grupo condições calculadas para provocar a sua destruição física total ou parcial”.
As provas sobre danos físicos e mentais graves, entre outras, relacionam-se com os mais de 70.000 palestinianos feridos no conflito ou pela escassez deliberada de material médico que, nos casos mais dramáticos, obrigou a amputações sem anestesia.
Quanto a “destruição física”, esta seria comprovada pela destruição de 77% das instalações sanitárias do território, 68% das infraestruturas de telecomunicações ou 60% das casas e instituições de ensino, incluindo todas as universidades.
O documento indica que “de uma forma mais geral, as ações de Israel são impulsionadas por uma lógica genocida essencial ao seu projeto colonialista na Palestina”, recordando a existência de “práticas que tendem para a limpeza étnica dos palestinianos” entre 1947-1949 e em 1967.
A natureza deliberada das ações de Israel que podem constituir genocídio é comprovada por factos como a retórica de altos funcionários israelitas, frequentemente repetida por outros protagonistas.
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