“A Capelinha em que nos encontramos é como uma formosa imagem da Igreja: acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas, para que todos possam entrar”, disse o Papa, na manhã do último sábado, quando rezou o terço no santuário, conjuntamente com dezenas de jovens portadores de deficiência ou reclusos.
Para o padre Carlos Cabecinhas, “o desafio é enorme: ajudarmos a construir uma Igreja cada vez mais aberta a todos e onde todos, nas suas diferenças, se sintam acolhidos e em casa”.
“A presença junto do Santo Padre de jovens doentes e portadores de deficiência, bem como de alguns jovens reclusos — aqueles que, tantas vezes, se sentem excluídos, esquecidos, abandonados — é significativa dessa abertura a que a Igreja é chamada. Uma Igreja fechada em si mesma trai a sua razão de ser”, escreve o reitor no editorial do número de agosto do jornal Voz da Fátima, órgão oficial do Santuário de Fátima, e que hoje começou a ser distribuído.
Segundo o responsável pelo maior templo mariano do país, “também o santuário é chamado a ser lugar de acolhimento maternal para todos e é chamado a desafiar os seus peregrinos e os devotos de Nossa Senhora de Fátima a estarem atentos aos outros, a irem ao seu encontro, sem exclusões nem discriminações”.
O Santuário de Fátima recebe hoje e sábado a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, presidida pelo arcebispo de Luanda, Filomeno Dias Vieira, tem como tema “Livres de escolher se migrar ou ficar” e que está integrada na 51.ª Semana das Migrações, promovida pela Obra Católica Portuguesa para as Migrações, organismo da Comissão Episcopal da Pastoral Social e das Mobilidade Humana (CEPSMH).
Esta peregrinação, considerada uma das maiores do ano à Cova da Iria, conta tradicionalmente com muitos emigrantes portugueses que se encontram no país em gozo de férias, bem como com um crescente número de imigrantes radicados em Portugal e segue o programa habitual, com a recitação do terço, na Capelinha das Aparições, a partir das 21:30, seguida de procissão de velas e liturgia da Palavra, no altar do recinto, a marcar o primeiro dia.
No domingo, e depois de uma noite de vigília, será novamente recitado o terço, na Capelinha, a partir das 09:00, a que se seguirá a missa, a bênção dos doentes, a consagração e a procissão do Adeus.
Cumprindo uma tradição iniciada há 83 anos por um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica de 17 paróquias da então diocese de Leiria, no domingo terá lugar a tradicional oferta de trigo ao Santuário de Fátima.
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