“Sinceramente, eu acho que podia ter havido um sinal construtivo, no sentido da diversidade, que não existiu”, afirmou Rangel, em declarações aos jornalistas, em Évora, no final do Conselho Nacional social-democrata.
À saída da reunião, que começou por volta das 22:00 de terça-feira e terminou cerca da 01:00 de hoje, o ex-candidato à liderança interna, derrotado por Rui Rio nas recentes diretas do partido, disse estar “absolutamente confiante” na vitória do PSD nas legislativas de 30 de janeiro.
E escusou-se a relatar aos jornalistas qual o teor da sua intervenção durante o Conselho Nacional, argumentando tratar-se de “questões internas” do partido.
“Tudo o que tinha a dizer, e disse de forma muito clara, disse no Conselho Nacional, portanto, essa minha posição está bem explícita. Agora, o que se trata é de apoiar o PSD com toda a força para as eleições legislativas”, afirmou.
Considerando que “a batalha das legislativas” é “uma batalha difícil”, Rangel insistiu “que o PSD pode vencer”, até porque a alternativa política representada pelo partido é “forte e mais forte” ainda depois das eleições internas.
“Aliás, essa é uma coisa que eu sempre disse”, que “as eleições internas reforçariam, ganhasse quem ganhasse, o líder do PSD e isso é notório a todos os níveis”, disse o também eurodeputado.
Para Paulo Rangel, para que os social-democratas possam atingir esse objetivo, não podem “ser levianos” e precisam de “trabalhar e trabalhar muito” e “apresentar agora o programa” eleitoral, devendo um primeiro sinal ser já dado no congresso do partido, que vai decorrer entre os dias 17 e 19 deste mês, em Santa Maria da Feira (Aveiro).
É necessário “aproveitar o congresso para já fazer uma primeira grande ligação aos portugueses, mas eu estou absolutamente confiante de que nós podemos ganhar as eleições de 30 de janeiro”, afiançou.
Questionado ainda sobre as suas relações com o presidente Rui Rio, o eurodeputado garantiu que “são muito cordiais” e “sempre foram, quer ao longo da campanha, quer já depois” da eleição interna.
“Uma coisa são as relações pessoais, outra coisa são as divergências políticas, que existem e, portanto, existindo, têm que ser manifestadas”, notou.
O Conselho Nacional do PSD aprovou hoje as listas de candidatos a deputados, apesar das críticas na reunião sobre a exclusão de muitos nomes.
De acordo com fontes presentes na reunião, as listas foram aprovadas com 67 votos a favor, 21 contra e seis abstenções.
Desta forma, as listas foram aprovadas com 71% de votos favoráveis, um valor um pouco abaixo do que aconteceu há dois anos.
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