Numa intervenção perante a direção do Partido Popular (PP), dirigiu uma mensagem aos independentistas: “Estão a cometer um erro e vão forçar-nos a fazer aquilo que não queremos”, avisou, mas sem concretizar esta ameaça.
“Quanto mais tarde corrigirem, mais prejudicarão o conjunto dos catalães e espanhóis. Não subestimem a força da democracia espanhola. A democracia é muito forte. Espanha é uma grande nação. A lei não pode ser liquidada assim do nada”, declarou o também líder do PP.
Rajoy garantiu que o Estado vai continuar a reagir perante cada passo dos soberanistas e afirmou que, com “serenidade” mas também com “firmeza”, pode assegurar que não haverá referendo a 01 de outubro.
Como prova da atuação do Estado de direito, o primeiro-ministro espanhol recordou que o Tribunal Constitucional anulou a convocatória do referendo e também a lei com que se pretendia realizar esta votação.
Mencionou ainda a decisão de reforçar o controlo sobre as despesas da Catalunha para evitar a utilização de verbas na realização de um referendo separatista, depois de o executivo regional ter deixado de informar Madrid sobre as suas contas.
“O Estado continuará a agir em defesa dos cidadãos, da lei, das normas e dos serviços públicos, porque é a nossa obrigação”, sublinhou.
Neste contexto, referiu ainda que a Guarda Civil retirou hoje mais de cem mil cartazes da Generalitat (executivo catalão) com propaganda para 01 de outubro, um anúncio que foi acolhido com um prolongado aplauso dos dirigentes do PP catalão.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis.
O conflito entre Madrid e a região mais rica de Espanha, com um PIB superior ao de Portugal, cerca de 7,5 milhões de habitantes, um terço da área de Portugal, uma língua e culturas próprias, arrasta-se há várias décadas.
Comentários