"Há uma situação extremamente dramática nos oceanos" com o excesso de plástico, disse à Lusa o presidente da Quercus, João Branco, que no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, pede um compromisso dos cidadãos e do governo para combater um ciclo de poluição que acaba por voltar-se contra os seres humanos.
João Branco ilustrou que "um saco de plástico ou a embalagem de um gelado que é deitado sem querer ao chão em Bragança ou na Guarda acaba por ir parar ao mar porque o vento leva-o para um ribeiro".
"O mar atualmente, está quase a ter mais plástico do que peixes", afirmou, acrescentando que, chegado ao mar, o plástico vai-se fragmentando lentamente até acabar em nanopartículas tão pequenas que entram nas células dos peixes consumidos pelos seres humanos.
A contaminação com medicamentos, fertilizantes e outros produtos é outra área em que o papel dos cidadãos é fundamental, indicou.
Reduzir o uso de plástico, optar por material reciclável, evitar cosméticos e dentífricos com microplásticos e escolher bem os produtos de limpeza são alguns dos conselhos da Quercus.
Quanto aos governos, têm condições para fazer campanhas de sensibilização ambiental que as organizações como a Quercus não conseguem igualar, assinalou.
No capítulo das leis, uma exigência da Quercus é uma lei "que acabe de vez com os sacos de plástico".
João Branco afirmou que houve uma queda no consumo com a lei que impôs uma taxa aos sacos de plástico de supermercado, mas salientou que uma ida às compras ainda significa trazer "10 ou 15 sacos de plástico" usados para os produtos frescos, além de embalagens de plástico para trazer produtos como carne, charcutaria ou iogurtes.
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