Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 113 pessoas morreram devido às inundações e deslizamentos de terra provocados pelas tempestades no estado. Outra vítima mortal foi registada no estado de Santa Catarina. O balanço anterior apontava para 108 mortos.
As autoridades do Rio Grande do Sul contabilizam ainda 146 desaparecidos e 756 feridos nos 435 municípios afetados, que registam também 69,6 mil pessoas em abrigos e pelo menos 337 mil desalojados.
Ao todo, segundo as autoridades locais, mais de 70 mil pessoas foram resgatadas nas áreas afetadas, incluindo ainda quase 10 mil animais.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou hoje que as inundações causadas pelas tempestades no sul do Brasil afetaram pelo menos 41 mil refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, muitos deles provenientes da Venezuela e do Haiti.
“Muitos venezuelanos e haitianos vivem em áreas afetadas que só podem ser alcançadas por barco”, disse o porta-voz do ACNUR, William Spindler, numa conferência de imprensa em Genebra.
Segundo a mesma fonte, o Rio Grande do Sul acolhe mais de 21 mil venezuelanos realocados do estado de Roraima, na fronteira norte do país com a Venezuela e que recebe o maior número de refugiados.
Chuvas torrenciais atingem o sul do Brasil desde segunda-feira da semana passada e continuaram nos dias seguintes, causando grandes danos a estradas, pontes, residências e deixando grande parte da população sem luz nem água potável.
Com 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas. Depois de ser afetado com uma forte seca devido ao fenómeno La Niña, no ano passado a região passou a ser afetada pelo El Niño e registou, em menos de 12 meses, quatro desastres climáticos causados por ciclones extratropicais e tempestades.
Em 2023, três desastres naturais ocorreram em junho, setembro e novembro, causando 75 mortos neste estado brasileiro.
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