"O presidente do Governo deve fazer uma reflexão [sobre] se ainda tem legitimidade para governar a Região Autónoma da Madeira, se tem condições para continuar a defender o povo da Madeira, perante estes resultados que são catastróficos", afirmou Carlos Pereira.
O PSD, que detinha quatro autarquias, venceu apenas em três (Câmara de Lobos e Calheta, na zona oeste da ilha, e Porto Santo), num total de onze concelhos.
"Isto merece uma reflexão muito grande do povo da Madeira e, sobretudo, do PSD e do presidente do PSD", afirmou o líder socialista, realçando que, a partir de agora, o executivo madeirense é suportado por um partido que teve uma "derrota categórica nas eleições".
O PS venceu em três concelhos - Machico e Porto Moniz, com maioria absoluta, e Ponta do Sol, com maioria relativa. No Funchal, os socialistas ganharam a Câmara Municipal integrados na coligação Confiança, juntamente com o BE, JPP, PDR e Nós, Cidadãos!.
Por outro lado, o líder do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, considerou que o resultado da Coligação Confiança no concelho do Funchal, o maior da Região Autónoma da Madeira, espelha o reconhecimento do eleitorado face ao trabalho do presidente da Câmara Municipal, Paulo Cafôfo, que se recandidatou e venceu.
"Este é um reconhecimento de um trabalho importante que tem sido feito ao longo dos últimos quatros anos e que é para continuar, naturalmente", afirmou o líder bloquista.
O JPP considerou, por seu lado, o resultado eleitoral "satisfatório", sublinhando o reforço da maioria absoluta no concelho de Santa Cruz, onde o partido elegeu mais um vereador (seis num total de sete), bem como a vitória da Coligação Confiança do Funchal.
"Elegemos também deputados municipais na Ribeira Brava e em Machico e consolidámo-nos como a terceira força política da Madeira), afirmou o líder do JPP, Élvio Sousa.
O presidente do CDS-PP/Madeira, Lopes da Fonseca, classificou, por seu lado, o resultado eleitoral do partido como "excelente", considerando que mantém um vereador na Câmara do Funchal, bem como a liderança da autarquia de Santana, no norte da ilha.
"Neste momento, o CDS tem mais eleitos, o que significa que, relativamente há quatro anos, obteve um resultado excelente", afirmou, vincando que o partido passou a liderar sete freguesias.
José Manuel Coelho, líder do PTP, disse, por seu lado, que o povo "castigou" os pequenos partidos e reconheceu que o partido quase foi "varrido do mapa" neste ato eleitoral, onde apenas obteve alguma expressão nos concelhos do Funchal (2,16%) e de Santa Cruz (2,49%).
"As coisas mudaram para pior, mas isso dá-nos ânimo para continuar", afirmou.
A agência Lusa tentou contactar o candidato da Coligação Funchal Forte (PPM/PURP) e também deputado na Assembleia Regional, Gil Canha, que obteve 2,35% dos votos, mas até ao momento não obteve resposta. Por outro lado, a CDU (2,09% de votos no total da região autónoma) agendou para esta segunda-feira uma conferência para expor a sua posição sobre os resultados eleitorais.
Entretanto, os concelhos da Ribeira Brava - até agora liderado pelo PSD - e S. Vicente foram conquistados por movimentos de independentes.
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