“Não nos conformamos com o argumento orçamental utilizado pelo Governo de que esta proposta de redução é a proposta possível perante um quadro de estabilidade financeira. Se houve capacidade orçamental para baixar substancialmente o preço dos transportes públicos nas Áreas Metropolitanas, terá de existir essa mesma capacidade nos territórios de baixa densidade”, afirma, em comunicado, a distrital social-democrata.
A ministra da Coesão Territorial anunciou na quarta-feira, em Macedo de Cavaleiros, descontos nas portagens de sete autoestradas a partir do terceiro trimestre do ano para os “utilizadores frequentes”.
“Vai ser posto em prática no terceiro trimestre deste ano. Estamos a falar de um desconto de quantidade para os veículos classe 1 quer classe 2″, afirmou Ana Abrunhosa, que falava à margem de uma visita no âmbito da iniciativa “Governo mais próximo”, no distrito de Bragança.
Ana Abrunhosa explicou que se trata de “um desconto de quantidades”, exemplificando que a “partir do oitavo dia até ao 15.º dia haverá um desconto de 20% e a partir do 16.º dia até ao final do mês será um desconto de 40%”.
Os sociais-democratas argumentam que se a medida está pensada para ter impacto nos utilizadores locais “está mal desenhada”.
Dão como exemplo um trabalhador que trabalhe num ponto do distrito e se desloque para outro: só terá desconto ao oitavo dia de passagem na A23.
“Como, em média, o mês tem 22 dias úteis, um terço do mês não sofre qualquer tipo de desconto. O exemplo que é dado na comunicação social é um exemplo desfasado da realidade das nossas empresas. A maioria das pequenas e médias empresas que operam no nosso território raramente utilizam a A23. Apenas as grandes transportadoras utilizam a A23 para circulação e não o fazem numa base diária, mas sim numa base semanal ou bissemanal. Se for assim, só irão usufruir da redução na sua última viagem”, sustentam.
A distrital do PSD de Castelo Branco defende a abolição de portagens na A23 e admite que, numa primeira fase de transição para a eliminação de portagens, a metodologia indicada poderia ser transitória.
Neste sentido, propõe a abolição total de portagens para residentes (pessoas e empresas) e, para não-residentes, a aplicação de um número pré-determinado de viagens gratuitas (10 viagens mensais).
Avança ainda com a implementação das reduções desde o dia 01 de abril de 2020 (“em termos turísticos, existe a oportunidade de valorizar o período das Férias da Páscoa, tradicionalmente forte no território”).
“O desafio que deixamos ao Governo é que seja coerente com a sua ação. Não queremos Secretarias de Estado fantasmas, queremos ação efetiva”, concluem.
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