Em entrevista a agência Lusa, que será divulgada na íntegra no domingo, Catarina Martins foi questionada sobre as declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, no programa da TSF “Bloco Central”, no qual defendeu que "há objetivos que são mais fáceis de atingir com maioria absoluta".
“O que eu registo é que o Partido Socialista quer mãos livres, quer maioria absoluta para retroceder precisamente naqueles dossiês em que a generalidade da população até reconhece avanços e de que o Partido Socialista até vem congratular-se para fazer campanha eleitoral”, critica.
A líder bloquista critica ainda o facto de Mário Centeno considerar que “seria muito melhor uma maioria absoluta porque era mais rápido para o governo atuar nos dossiês do trabalho ou do sistema financeiro”.
“E, portanto, registo que Mário Centeno gostaria ter mãos livres para, talvez, fazer estes cortes ou avançar mais naqueles dossiês em que só se apoiou sempre na direita e que fazem com que o país gaste milhares de milhões de euros com o sistema financeiro e com isso perca capacidade de investimento no que é concreto, que as pessoas necessita, Serviço Nacional de Saúde à cabeça”, sublinha.
Já sobre as declarações do vice-presidente do PS, Carlos Pereira, que esta semana defendeu na Comissão Permanente da Assembleia da República que o que é preciso mesmo é que o PS possa governar “sem empecilhos”, Catarina Martins começa por responder com uma pergunta: “o que é que incomoda ao Partido Socialista a força da esquerda?”.
“Foi para subir o salário mínimo nacional? Porque parece-me, para quem trabalha, ainda bem que a esquerda teve força para garantir a subida do salário mínimo nacional. Foi para descongelar as pensões e aumentá-las, em vez de congelá-las como o Partido Socialista prometia? Ainda bem que a esquerda teve força para o fazer, elenca.
Aquilo que o PS “considera empecilhos”, contrapõe a líder bloquista, “foi o que permitiu puxar pelas condições de vida do país”.
“E é também por isso que uma maioria absoluta do PS é tão perigosa”, insiste.
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