“Na lista ‘Mais Lisboa’ [PS/Livre], como elemento dos Cidadãos Por Lisboa (CPL), Floresbela Pinto assumirá assim neste início de 2023 o seu lugar como vereadora, na sequência da saída de João Paulo Saraiva, uma vez que é o próximo elemento da lista”, informou a direção dos CPL, em comunicado, referindo que a nova vereadora irá partilhar a estrutura de recursos já existente no gabinete do movimento político.
A vereação do PS confirmou à Lusa que a nova vereadora é Floresbela Pinto, sem adiantar mais informação.
O socialista João Paulo Saraiva renunciou ao cargo de vereador na Câmara de Lisboa, decisão que se prende com as funções que assumiu, em julho, na administração executiva do Metropolitano de Lisboa, revelou hoje fonte da vereação do PS.
A mesma fonte adiantou que estava prevista hoje, depois de almoço, uma reunião com o movimento político Cidadãos Por Lisboa, que conta já com uma vereadora no executivo camarário, Paula Marques, que foi eleita pela coligação PS/Livre.
Após a reunião, “pode haver novidades sobre o substituto” de João Paulo Saraiva no executivo camarário de Lisboa, informou.
A informação chegou por parte dos CPL: “É na absoluta defesa do programa com que fomos eleitos, em acordo coligatório com o PS, que continuaremos a trabalhar. Com duas vereadoras dos Cidadãos Por Lisboa a oposição a Carlos Moedas sairá naturalmente reforçada, na defesa de uma cidade com lugar para todas as pessoas, mais justa e mais equitativa”.
Em comunicado, os CPL reforçam que “são uma força política autónoma, mas têm um mesmo projeto político com o PS para a cidade de Lisboa”, lembrando que, no seguimento do que já vinha a acontecer desde 2013, foi esse o acordo firmado para as últimas eleições autárquicas de setembro de 2021 “e que continua em vigor, pautando o trabalho comum que tem sido desenvolvido em comum”.
Segundo os termos da lei e do acordo coligatório, a entrada para o executivo municipal de novos vereadores segue a ordem da lista definida e apresentada a eleições.
“Mantém-se assim o espírito do projeto em que estamos empenhados e a convicção das propostas que temos defendido para Lisboa e para a qualidade de vida das pessoas”, apontaram os CPL.
A nova vereadora Floresbela Pinto tem experiência de trabalho na câmara, assim como na assembleia municipal, “com profundo conhecimento da realidade autárquica, das necessidades da cidade e dos seus habitantes”, que adquiriu no terreno e em contacto direto com as pessoas, sendo “reconhecida pela capacidade de lançar soluções para problemas reais”, de acordo com esta força política.
Ao final da manhã de hoje, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que ainda não tinha recebido o pedido de renúncia do socialista João Paulo Saraiva ao cargo de vereador e que soube através das notícias, considerando que “nada muda”, até porque “desde há muito tempo que o senhor vereador se fazia substituir nas reuniões”.
Questionado se considera que a oposição do PS perde peso, o presidente da Câmara de Lisboa desvalorizou essa possibilidade e afirmou que a preocupação é convencer os vereadores da oposição das medidas que defende para melhorar a vida das pessoas.
Desde a tomada de posse dos eleitos aos órgãos autárquicos de Lisboa para o mandato 2021-2025, em 18 de outubro de 2021, a saída de João Paulo Saraiva é a segunda na vereação do PS, que contava com cinco eleitos, passando agora a estar reduzido a quatro — Inês Drummond, Cátia Rosas, Pedro Anastácio e Rodrigo Lino Gaspar.
A primeira renúncia foi a do socialista Miguel Gaspar, em novembro de 2022, que justificou a decisão por motivos profissionais, tendo sido substituído pelo arquiteto Rodrigo Lino Gaspar (PS).
Tanto João Paulo Saraiva como Miguel Gaspar tinham integrado o anterior executivo municipal de Lisboa, sob a presidência de Fernando Medina, que perdeu a reeleição contra o social-democrata Carlos Moedas.
Além dos socialistas, a câmara perdeu uma eleita pela coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), Laurinda Alves, que renunciou ao cargo de vereadora por motivos de saúde, em outubro de 2022, sendo substituída por Sofia Athayde (CDS-PP).
No atual mandato, Carlos Moedas governa sem maioria absoluta, com sete eleitos da coligação “Novos Tempos” entre os 17 elementos que compõem o executivo camarário, contando com 10 eleitos na oposição, todos sem pelouros atribuídos, que são agora: quatro vereadores do PS, duas independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitas pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e uma eleita do BE.
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