Numa campanha em que o secretário-geral do PS, António Costa, apenas de noite e aos fins de semana esteve mais presente, em virtude das suas funções como primeiro-ministro, coube por diversas vezes à secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, liderar a caravana que, nas últimas semanas, deu apoio de norte ao sul do país a várias candidaturas autárquicas do PS.
De todo o modo, a presença de António Costa conferiu um caráter nacional à campanha, tendo entrado no debate partidário matérias como a dívida pública - que anunciou começar a descer em outubro -, os fundos comunitários, o furto de armas em Tancos ou o modelo de governação do PS liderado pelo chefe dos socialistas.
"A oposição pode não gostar, mas a verdade é esta: só conseguimos estes resultados precisamente porque fizemos diferente e mudámos a política que eles estavam a seguir", disse Costa na Covilhã, por exemplo, tendo em Portalegre, uns dias depois, sublinhado que "a realidade todos os dias desmente a narrativa da oposição", apontando o secretário-geral do PS e primeiro-ministro dados como a redução do défice, o crescimento económico ou a queda da taxa de desemprego.
Em Loures, num dos momentos mais 'quentes' da campanha, António Costa foi particularmente incisivo para com o PSD, acusando-o de perder "o sentido de Estado" e afirmando que este "não é o PSD que os portugueses e as portuguesas conheceram".
"Todos nos habituámos a respeitar o PSD como um partido fundador da vida democrática", declarou António Costa, sublinhando que os sociais-democratas, perdidos "no discurso do diabo", não "resistiram à tentação de ensaiar uma nova estratégia e fazer de Loures um balão de ensaio" - com a candidatura autárquica de André Ventura - para uma tática "populista que aposte no medo e insegurança para atrair votos".
António Costa e Ana Catarina Mendes advogaram por diversas vezes que a abstenção é o principal adversário do partido, acreditando os socialistas que os portugueses irão votar não se esquecendo do momento atual do país e dos melhores indicadores económicos registados desde que o executivo do PS, apoiado parlamentarmente à esquerda, tomou posse.
As críticas aos partidos à esquerda, essas, foram quase sempre proferidas por candidatos a autarcas ou outras figuras que não os líderes do PS, sendo a o PCP - que, na coligação CDU, detém diversas câmaras - mais atingido que o Bloco de Esquerda.
Nas eleições locais de 2013, o PS conquistou 150 câmaras de entre 308 concelhos possíveis, incluindo uma vitória em coligação.
As eleições autárquicas decorrem no domingo, e até lá o PS tem ainda prevista, na sexta-feira, a descida do Chiado, em Lisboa, com Costa a acompanhar o candidato local do partido, Fernando Medina, fechando o secretário-geral socialista a campanha com um comício no Porto nessa mesma noite.
Comentários