A carta hoje enviada pelos procuradores ao diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirma que a rede social não tem conseguido manter os conteúdos de ódio fora das suas plataformas, nem proteger os utilizadores de perseguidores 'online', apesar do compromisso estabelecido para manter segura a comunidade na Internet.
O grupo liderado pelo procurador-geral do estado de Nova Jérsia, Gurbir Grewal, alertou também que há entidades privadas, grupos organizados e funcionários públicos que "continuam a utilizar o Facebook para espalhar informações erradas e projetar mensagens de ódio contra diferentes grupos de norte-americanos".
"Mensagens de ódio e de desinformação são geralmente direcionadas às pessoas pela aparência, [pelo local] de onde provêm, pela identidade de género que afirmam e pelas crenças [que exibem]", refere a carta.
Os 20 procuradores lembraram ainda que os Estados Unidos vivem um momento de reflexão sobre questões de justiça social e de direitos civis, com uma auditoria do Facebook a reconhecer as dificuldades da rede social para manter afastadas as mensagens de ódio.
"[O ódio] é divisor e desumanizador, e estamos empenhados em combatê-lo em todos os momentos. A própria auditoria do Facebook revelou deficiências significativas na sua abordagem para manter esse tipo de conteúdo fora das suas plataformas, promovendo os direitos civis e desencorajando a discriminação", alerta a carta.
O documento enviado a Zuckerberg salientou também que algumas pesquisas recentes sugerem que mais de 40% dos cidadãos norte-americanos já sofreu algum tipo de 'bullying' 'online' e que mais de 75% desse grupo sofreu na rede Facebook.
Já o assédio inclui comportamentos como 'cyber bullying', roubo, através da publicação de informações privadas de alguém, e ligações para a polícia ou outros serviços de emergência com notificações falsas de incidentes graves.
Os procuradores defendem, na carta, que o Facebook tem "vastos recursos para fazer muito mais do que tem feito" no combate aos comportamentos de ódio e ao assédio.
O grupo sugeriu ao Facebook a implementação de reformas recomendadas numa auditoria à rede social para lutar contra a "desinformação e a discriminação" e "fortalecer o seu compromisso com os direitos civis".
Os 20 procuradores-gerais recomendaram ainda uma melhoria nos serviços do Facebook para apoio às vítimas.
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