“Há uma prática constitucional pela qual um Governo de coligação renuncia, quando um dos partidos o abandona. Não quero liderar um Governo cuja legitimidade seja questionada”, disse a líder social-democrata, durante uma conferência de imprensa.

Na noite deste muito curto mandato, Andersson explicou que espera agora ser reeleita para o cargo numa posterior votação, procurando ter um Governo 100% social-democrata, sem depender de partidos extremistas.

Eleita para ser a primeira mulher na Suécia no cargo de primeiro-ministro, após vários dias de difíceis negociações, Andersson foi vítima de um penoso jogo político.

Na noite de terça-feira, esta economista de 54 anos – até agora ministra das Finanças do seu antecessor, Stefan Lofven – tinha garantido ‘in extremis’ o apoio necessário para chegar ao poder, graças a um acordo de última hora com o partido da Esquerda, prometendo aumentar as pensões mais baixas, e ao lado do partido Ambientalista.

Contudo, um outro partido relevante no Parlamento sueco, o Partido do Centro, insatisfeito com as concessões feitas à esquerda, retirou o seu apoio ao orçamento.

A consequência imediata foi que, o mesmo Parlamento que elegeu Andersson pela manhã, deixou o seu orçamento em minoria, à tarde, e aprovou o orçamento da oposição de direita, que fora preparado anteriormente com a extrema-direita, do partido Democrata da Suécia.

Andersson começou por dizer que aceitava a situação, mas o seu aliado na coligação minoritária, o Partido da Esquerda, considerou inaceitável governar com uma lei de Finanças com a marca da extrema-direita.

Logo após a derrota do orçamento no Parlamento, o partido Ambientalista anunciou a sua saída do Governo, forçando Andersson a demitir-se, poucas horas depois de ter sido eleita.

O presidente do Parlamento, Andreas Norlén, disse que aceitou a sua renúncia e que agora iniciará contactos com os líderes dos vários partidos com assento parlamentar, antes de decidir como proceder, na quinta-feira.