“Estamos a vigiar a política de provocação da Grécia”, afirmou o chefe de Estado turco, referindo que a Grécia está a entrar num “jogo perigoso”.
Ancara denunciou no domingo a colocação de veículos blindados nas ilhas de Samos – a mais próxima da Turquia, a 1,3 km de distância – e de Lesbos (a 15 km da costa turca).
“É um jogo perigoso para o povo grego, que está a ser usado como marionetes”, considerou Erdogan, para quem esta “acumulação de meios militares, semelhante a uma invasão, deve preocupar mais os gregos” do que os turcos.
“Esses erros só empurram a Grécia de volta para a lama”, referiu ainda, alertando que “usará todos os meios à sua disposição” para defender a Turquia.
Para Erdogan, cujo exército é o segundo maior da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), “esses esforços nunca conseguirão colocar a Grécia ao nível da Turquia”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia convocou hoje o embaixador grego em Ancara para denunciar “violações do estatuto” das ilhas do mar Egeu.
De acordo com a agência oficial de notícias turca, a Anadolu, o diplomata grego recebeu um pedido para que o seu país “acabe com as violações nas ilhas e restaure o seu estatuto não militar”.
Simultaneamente, uma “nota de protesto” foi entregue aos Estados Unidos, na qual “a Turquia exige respeito pelo estatuto das ilhas do leste do mar Egeu” e pede a Washington que “tome medidas para impedir o uso de armas norte-americanas na zona”.
Atenas “rejeitou as críticas de Ancara”, sublinhando que “são completamente infundadas e incompatíveis com o direito internacional”, adiantou uma fonte diplomática grega citada pela agência francesa de notícias AFP.
Respondendo à Turquia, “o embaixador grego sublinhou que as posições gregas foram explicadas em pormenor em duas cartas enviadas ao secretário-geral da ONU”, disse a mesma fonte.
Após uma breve reaproximação em março, a tensão entre os dois países tem vindo a aumentar nos últimos meses, sendo que, já este mês, Recep Tayyip Erdogan acusou a Grécia – também membro da NATO – de “ocupar as ilhas” do mar Egeu, reconquistadas pela Grécia após o desmantelamento do Império Otomano com a promessa de que soldados gregos nunca ali ficariam estacionados.
O Presidente turco alertou também para a possibilidade de o exército turco poder ali “chegar da noite para o dia” e “fazer o que for necessário” para impor o estatuto combinado.
Em troca, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse que o seu país está “pronto para enfrentar” qualquer ameaça à sua soberania.
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