A posição foi assumida em declarações à Lusa por Ernesto Araújo depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, no âmbito da visita de algumas horas que está a realizar a Cabo Verde.
“Sem dúvida. O Presidente me disse que quer muito vir no ano que vem a Cabo Verde”, afirmou o governante, acrescentando que a data da visita está já a ser concertada com o Governo cabo-verdiano.
“Certamente seria um sinal muito claro dessa nossa prioridade, dessa nossa visão de aproximação”, insistiu Ernesto Araújo.
Em declarações à Lusa também no final da visita ao primeiro-ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, confirmou igualmente a possibilidade da visita de Jair Bolsonaro ao país.
“Vamos trabalhar [na articulação das datas]. Será um prazer para Cabo Verde, o Brasil é um país irmão. Nós temos relações históricas com o Brasil”, disse o governante cabo-verdiano.
O ministro Ernesto Araújo descreveu como “excelentes” as relações entre o Brasil e Cabo Verde.
“Cabo Verde é o país mais próximo do Brasil geograficamente e também, certamente, um dos mais próximos na nossa visão do mundo e nessa nova etapa da nossa política externa queremos um lugar muito especial para África”, destacou o ministro brasileiro.
Acrescentou que nessa nova estratégia do Brasil para África, Cabo Verde “é um parceiro essencial”.
“O Brasil quer reestruturar, intensificar a sua presença em todo o continente africano mas muito especialmente aqui com Cabo Verde. Já identificámos com o ministro, com o primeiro-ministro, parcerias excelentes na parte económica, cultural, de segurança. Queremos realmente, a partir de uma base histórica muito profunda, construir uma parceria muito intensa com Cabo Verde”, destacou.
Já Luís Filipe Tavares recordou que o Brasil está a uma viagem de três horas e meia de Cabo Verde e que o objetivo é reforçar as relações bilaterais.
“Falámos de várias áreas de cooperação, comércio, mas também cooperação para a paz e para segurança nesta região do mundo”, explicou o chefe da diplomacia de Cabo Verde.
Acrescentou que o Brasil “quer utilizar Cabo Verde para ser a plataforma para o comércio com a África ocidental e com toda a África”, até tendo em conta os 300 milhões de consumidores na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que Cabo Verde integra.
“Podemos fazer aqui um casamento muito feliz entre o Brasil e África, via Cabo Verde”, concluiu.
Os dois países são membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Além de Cabo Verde, o ministro das Relações Exteriores brasileiro vista esta semana Senegal, Nigéria e Angola, com o intuito de debater temas relacionados com a defesa, segurança, comércio e investimento, anunciou na sexta-feira o Governo do Brasil.
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