“Gostaria de estar presente no consistório em que recebe os sinais da sua nova condição, mas na impossibilidade de o fazer, envio ao novo Cardeal um cumprimento caloroso e amigo e os desejos de que continue a ser uma referência para tantos, católicos ou não, que lhe reconhecem o valor cultural e humano de quem é, como o próprio se definiu, “um facilitador de encontros”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem publicada no sítio da Presidência da República.
O chefe de Estado cancelou a sua ida a Roma, no sábado, para a elevação de Tolentino Mendonça a cardeal, para estar presente nas cerimónias fúnebres do fundador do CDS e antigo ministro Freitas do Amaral.
O Presidente da República considera que José Tolentino de Mendonça - convidado para ser o Presidente das comemorações do próximo Dia de Portugal -, é um exemplo de alguém que procura ir mais longe e, ao mesmo tempo, estar com todos.
“Por isso o programa que define para si próprio - “Sentir a cada dia o apelo a ir mais longe, a baixar mais as defesas, a estar menos nos nossos obstáculos, na autorreferencialidade que muitas vezes nos enclaustra, e deixar-se ir atrás” daquilo em que acredita – pode ser também um caminho para cada um e para todos nós como comunidade”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa relembra o que escreveu no dia em que foi conhecida a escolha de José Tolentino Mendonça para Cardeal, indicando que “essa honra traduz o reconhecimento de uma personalidade ímpar, assim como da presença da Igreja Católica na nossa sociedade, o que muito prestigia Portugal”.
Tolentino Mendonça tornou-se hoje no 46.º cardeal português da história, numa cerimónia no Vaticano, presidida pelo Papa Francisco, na qual se destaca o juramento de fidelidade e obediência ao chefe da Igreja Católica.
A cerimónia, o sexto consistório ordinário público do pontificado de Francisco, começou às 16:00 locais (menos uma hora em Lisboa), com uma saudação dos novos cardeais ao Papa, seguindo-se uma oração e a leitura do Evangelho.
Francisco fez depois a leitura, em latim, da "fórmula de criação" e elencou os nomes dos novos cardeais, que fazem nesta altura a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência ao pontífice e aos seus sucessores.
Tolentino Mendonça, que é o responsável pelo Arquivo Secreto e Biblioteca Apostólica do Vaticano, foi o segundo de uma lista de 10 cardeais eleitores a ser criado cardeal e passará a usar as habituais vestes, cuja cor vermelha distingue os cardeais.
Outros três símbolos, além do solidéu vermelho e da cruz peitoral, distinguem um cardeal e que são entregues pelo Papa: o barrete vermelho, o anel e a bula.
Na celebração, seguiu-se a imposição do barrete cardinalício aos novos cardeais, que simboliza a prontidão para agir com coragem, até com derramamento de sangue, para a defesa da fé cristã, para a paz e tranquilidade dos cristãos, e para a liberdade e crescimento da Igreja Católica.
Já o anel é expressão de uma união mais forte entre o cardeal e a Igreja.
A cada cardeal é ainda entregue a bula de nomeação e atribuída a titularidade de uma igreja de Roma, que reforça a estreita união que os cardeais possuem com o Papa.
À posse de Tolentino Mendonça assistiram dezenas de portugueses e, em representação do Governo, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, assim como o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
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