
Lee Jae-myung disse que a “Declaração de 15 de Junho”, em 2000, “foi o ponto de partida para derrubar os muros de confronto e desconfiança que duraram mais de meio século e inaugurar uma nova era de reconciliação e cooperação”.
O documento “injetou esperança de paz na península e mostrou que a prosperidade partilhada entre o Norte e o Sul era possível”, escreveu Lee, numa mensagem publicada na rede social Facebook.
O então presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, e o líder norte-coreano, Kim Jong-il (pai do atual líder, Kim Jong-un), o assinaram a declaração após uma cimeira de três dias.
Um quarto de século depois, as relações entre as duas Coreias estão no seu pior momento desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).
Lee fez hoje eco do regresso “a um período de frieza semelhante ao do passado”, com a interrupção do diálogo e das trocas entre os dois países vizinhos, e apelou ao retomar da promessa de paz emanada daquela declaração.
“Vamos transformar o ‘risco para a Coreia’ em ‘valor para a Coreia’ e, juntos, construir um futuro no qual ambas as Coreias possam prosperar”, propôs o líder sul-coreano, que se comprometeu a interromper “atos hostis desnecessários” e retomar o diálogo e a cooperação.
“Trabalharemos rapidamente para restaurar os canais de comunicação intercoreanos suspensos e reconstruir o sistema de gestão de crises para reduzir a tensão militar e promover um ambiente pacífico”, disse Lee.
“Podemos superar os desafios atuais unindo forças e combinando sabedoria”, acrescentou.
O Presidente sul-coreano acrescentou que vai trabalhar “para inaugurar uma nova era na qual todos os povos da península possam coexistir pacificamente e prosperar”.
Uma série recente de gestos conciliatórios do novo Governo de Lee e também dos Estados Unidos, após mais de cinco anos de diálogo congelado, aumentaram as expectativas.
O mais significativo foi a suspensão, a partir de quarta-feira, das transmissões de propaganda em altifalantes ao longo da fronteira, à qual Pyongyang respondeu desligando os seus próprios dispositivos.
A Coreia do Sul tinha retomado as transmissões em junho de 2024. Os altifalantes norte-coreanos operavam intermitentemente desde julho.
No sábado, Lee Jae-myung manifestou também oposição ao envio de panfletos contra o regime de Kim Jong-un para o Norte, ato que afirmou que irá penalizar.
“O Governo já declarou que a distribuição ilegal de panfletos anti-Pyongyang deve ser interrompida, uma vez que pode pôr em risco a segurança dos residentes da zona fronteiriça e agravar a tensão militar na península coreana”, afirmou a porta-voz presidencial, Kang Yu-jung, citada pela agência de notícias sul-coreana pública Yonhap.
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