O acordo de cooperação no domínio da defesa que vai ser assinado no futuro foi um dos assuntos abordados na reunião realizada no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, entre João Gomes Cravinho e a ministra da Defesa da República Centro-Africana, Marie-Noëlle Koyara.
Numa conferência de imprensa conjunta, o ministro português adiantou que “já existe um esboço de acordo que está atualmente a ser examinado pelas autoridades da RCA”.
“Acredito que ao longo dos próximos meses seja possível encontrar um acordo que seja satisfatório para ambas as partes e que nos dê um chapéu para a nossa cooperação“, disse João Gomes Cravinho.
O ministro sublinhou que Portugal e a RCA não precisavam de um “acordo para ter atividades de cooperação”, uma vez que os dois países já mantêm “várias atividades de cooperação”.
No entanto, explicou que “um acordo chapéu” vai possibilitar enquadrar as atividades dos dois países “de uma forma mais sistemática, coerente e com uma abordagem conjunta”.
A permanência nos últimos anos de cerca de 200 militares portugueses na RCA “deve servir para lançar as bases para uma cooperação mais profunda e duradoura”, sustentou.
João Gomes Cravinho frisou que, no âmbito do acordo de cooperação, Portugal vai fornecer equipamento às Forças Armadas da RCA, estando atualmente a ser feito uma identificação das necessidades.
O ministro referiu que as Forças Armadas da RCA vão precisar de equipamento, tendo Portugal manifestado abertura para prestar esse apoio.
O acordo de cooperação prevê também um aprofundamento na área da formação, nomeadamente ao nível das tropas especiais.
O ministro referiu que os dois países têm vindo a falar na possibilidade de Portugal vir a formar as tropas especiais na RCA.
“As nossas tropas especiais, os paraquedistas e os comandos, deixaram uma imagem muito viva e muito positiva e é natural que em função disso tenha havido intenção da parte da RCA na formação de tropas especiais, isso será uma matéria de trabalho conjunto”, disse.
Por sua vez, a ministra da Defesa e da Reconstituição do Exército da República Centro-Africana, Marie-Noëlle Koyara, elogiou a atuação dos militares na República Centro-Africana, sublinhando que a sua presença é reconhecida pela população.
Portugal, que está presente na RCA desde o início de 2017, faz parte de uma força internacional coordenada pelas Nações Unidas que procura estabilizar um país em conflito desde 2013, no qual o Governo apenas controla um quinto do território e várias milícias dominam o resto do território.
Portugal tem cerca de 200 militares na RCA, estando a maior parte integrado nesta missão das Nações Unidas e os restantes estão numa missão de formação da União Europeia.
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