“Há três Estados, Portugal, a Grécia e a Dinamarca que apresentaram uma proposta […] para que se faça um apoio, eu diria, sistemático ao novo Governo palestiniano, do primeiro-ministro [Mohammad] Mustafa, no sentido de reforçar a sua capacidade institucional e de lançamento de reformas que potenciem a afirmação de um Estado Palestiniano no futuro”, disse Paulo Rangel, em Bruxelas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que a Autoridade Palestiniana sob a égide de Mohammad Mustafa “tem demonstrado uma razoabilidade e um espírito construtivo”.
Paulo Rangel admitiu que a proposta é “apenas um programa para a capacitação institucional” da Autoridade Palestiniana para conseguir cumprir “o guião de reformas que o primeiro-ministro Mohammad Mustafa apresentou”.
No domingo, o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana defendeu que a única maneira de assegurar a concretização da solução dos dois Estados era através do reconhecimento do Estado da Palestina, que Espanha, Irlanda e Noruega farão esta semana.
Questionado sobre o reconhecimento do Estado Palestiniano, Paulo Rangel rejeitou que esteja colocada essa hipótese por enquanto.
“Eu, sinceramente, até nem tenho falado porque a posição portuguesa é tão clara, tão clara, nunca houve nenhum Governo que fizesse tanto pelo reconhecimento da situação em que está a Palestina como este. A votação que fizemos na Assembleia Geral [das Nações Unidas] não tem paralelo na tradição portuguesa”, respondeu o ministro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou que na questão israelo-palestiniana “Portugal tem uma posição de mediação” para “manter o diálogo inteiro com as autoridades palestinianas e com Israel”.
“Para nós podermos estar nesta solução de mediação, temos dados passos necessários para manter a credibilidade e o apoio das duas parte e penso que isso é um capital inestimável para um Estado como Portugal”, completou.
Paulo Rangel anunciou que também se juntou às críticas e condenação do bombardeamento israelita em Rafah, na Faixa de Gaza, no domingo, depois de o Tribunal Internacional de Justiça decretar que Telavive tinha de cessar a invasão ao enclave palestiniano e abrir os corredores humanitários.
AFE //APN
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