A Santa Casa da Misericórdia de Portalegre (SCMP) manifestou-se hoje disponível para acolher “entre 20 a 30” refugiados da Ucrânia, mais precisamente mulheres e crianças, na sequência da ofensiva militar da Rússia.
“A SCMP tem condições, obviamente com sacrifício, mas a solidariedade também se faz desse sacrifício, para acolher 20 ou 30 mulheres e crianças nas suas instalações”, disse à agência Lusa a provedora da instituição, Luísa Moreira.
De acordo com a responsável, na SCMP é possível oferecer aos ucranianos, de imediato, “alojamento, alimentação, apoio e carinho”.
“Esta guerra, este ataque aos direitos humanos mais básicos, revolta qualquer pessoa e a SCMP, sendo uma instituição de caráter social e assumidamente católica, pode ajudar, recebendo pessoas”, sublinhou.
Luísa Moreira alertou ainda que, nesta fase do conflito, “não poderão ser apenas” os países mais próximos, como a Polónia ou a Alemanha, a acolher refugiados.
“Nós sabemos que muitas crianças, muitas mulheres, sobretudo, estão a ter que abandonar a Ucrânia e, provavelmente, não poderão ser apenas a Polónia, a Alemanha e os países mais próximos a acolhê-los”, disse.
A Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, vai disponibilizar de “forma total e imediata” o hostel do Parque Biológico para acolher famílias ucranianas “que cheguem ao concelho nos próximos tempos”, foi hoje anunciado.
O espaço tem capacidade para cerca de 50 pessoas.
Em comunicado, a Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, acrescenta que “será prestado todo o apoio educativo, alimentar e psicossocial às famílias e crianças deslocadas”.
A autarquia especifica que o apoio será dado através das respostas sociais do município e da rede social, acrescentando que, através do pelouro da Juventude, está a organizar uma recolha de bens essenciais nas escolas do concelho.
“Como se não bastasse a pandemia, a crise económica, as desigualdades e outros problemas nacionais e mundiais, este ato criminoso de guerra contra um país independente, a Ucrânia, vai transformar o nosso quotidiano. Enquanto povo solidário, temos de unir todos os esforços para acolher as famílias que fogem do terror e querem assegurar um futuro para os seus filhos. Vila Nova de Gaia não pode virar as costas”, refere o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, citado no comunicado.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
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