Em causa, segundo disse à Lusa o presidente da ASPP, os baixos salários dos polícias, a falta de atratividade e de candidatos para a Polícia de Segurança Pública, bem como “a falta de informação sobre os impactos da reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na PSP”.
“Vamos desenvolver, durante os meses de julho e agosto, nos aeroportos, um conjunto de iniciativas para sensibilizar os turistas e as populações para os problemas que afetam os polícias e que são estruturais e estão na base de muito daquilo do que se está a passar atualmente na PSP”, afirmou Paulo Santos.
Os protestos nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, que vão passar por concentrações e distribuição de panfletos, foram decididos hoje numa reunião da direção da ASPP.
O presidente do maior sindicato da PSP disse também que estas concentrações têm como objetivo solicitar ao Governo a necessidade de alterar as tabelas remuneratórias e aumentar a atratividade da profissão, uma vez que não têm surgido candidatos para a PSP “em número suficiente para ocupar as vagas”.
Segundo Paulo Santos, a falta de candidatos para a PSP é um “problema gravíssimo”, estando neste momento a decorrer um processo de recrutamento e “os números estão muito abaixo daquilo que era o desejável devido à falta de atratividade”.
Além da necessidade de aumentar os salários dos polícias, as concentrações nos aeroportos também acontecem devido à falta de informação da reestruturação que se está a passar no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e vai afetar a PSP.
“A questão da reestruturação do SEF não está clara. Queremos saber de que forma o SEF vai integrar agentes da PSP ao nível do estatuto, quem vai perder o direito à greve e ao nível das tabelas remuneratórias. Não conseguimos entender como um serviço policial vai ser desenvolvido por dois profissionais sendo que um deles tem uma tabela remuneratória mais elevada em relação à PSP, isto era importante clarificar”, precisou.
Os dias em que vão realizar-se os protesto serão ainda decididos pela ASPP.
O plano de contingência para os postos de fronteira dos cinco aeroportos portugueses para o período de junho a setembro de 2022 abrange 168 agentes da PSP, que vão passar a estar sob o comando operacional do SEF no controlo de passageiros.
Também no âmbito da extinção do SEF, que foi adiada até à criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo, as competências policias do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão passar para a PSP, GNR e Polícia Judiciária.
A PSP vai ficar com o controlo dos aeroportos, estando os agentes a receber formação para esse efeito.
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