Em declarações hoje proferidas, o Presidente turco defendeu que não há diferença entre Netanyahu e Adolf Hitler, porque “a crueldade” dos ataques de Israel em Gaza não fica aquém da do ditador nazi.
“Erdogan, que comete genocídio contra os curdos, que tem o recorde mundial de número de jornalistas presos por se oporem ao seu Governo, é a última pessoa que nos pode dar lições de moralidade”, respondeu o primeiro-ministro israelita, em comunicado.
Netanyahu defendeu que o exército israelita é o que tem mais valores morais, mesmo quando luta contra “a organização terrorista mais abominável e cruel do mundo, o Hamas-ISIS [ISIS, uma das siglas associadas ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico], que cometeu crimes contra a humanidade, mas a quem Erdogan elogia e recebe os seus principais responsáveis”.
O Presidente turco afirmou, durante uma intervenção pública, que a resposta de Israel ao ataque do grupo islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro que, segundo as autoridades israelitas, provocou cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, vai contra “todos os valores da humanidade”.
A Turquia é uma aliada histórica de Israel, mas as relações entre os dois países deterioraram-se desde que Erdogan chegou ao poder, em 2002, tendo mesmo havido dois períodos de rutura na última década, embora relações diplomáticas plenas tenham sido restabelecidas no ano passado.
Após o ataque do Hamas de outubro, Erdogan criticou a resposta israelita, considerando que os bombardeamentos sucessivos de Gaza são um “crime de guerra”, pelo que Israel retirou o seu embaixador de Ancara no final de outubro.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque sem precedentes em solo israelita, que levou Telavive a declarar guerra ao grupo islamita e a lançar uma ofensiva militar em Gaza, além de bloquear o acesso a bens essenciais como água, medicamentos e combustível.
De acordo com as autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, a retaliação israelita já provocou pelo menos 21.110 mortos e 55.243 feridos, a maioria dos quais crianças e mulheres, além de mais de 300 mortos em ataques na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Comentários