"Desde há vários anos que é apresentada a necessidade de um novo hospital em Évora e acontece que a sua construção tem sido constantemente adiada", afirmou o primeiro subscritor da petição, o médico António Jara, em declarações à agência Lusa.
Referindo que a população "continua sem nada à vista", o médico cardiologia reformado vincou que, apesar de o projeto estar na proposta de Orçamento do Estado para 2019, "não há uma verba significativa, nem plano de desenvolvimento".
A petição quer "a definição de um cronograma para a construção do novo hospital, que assegure a adjudicação da construção até junho de 2019, assumindo o montante global do investimento plurianual a realizar e respetivas fontes de financiamento", disse.
António Jara indicou que, entre outras medidas, é também pedido ao Governo que defina "o faseamento da construção, de forma a que se iniciem ainda em 2018 os procedimentos necessários ao lançamento da empreitada".
O clínico, que foi diretor do serviço de cardiologia do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), adiantou que a petição já reúne "cerca de 50 assinaturas", entre as quais as de vários diretores de serviços da unidade hospitalar.
"Não é uma petição que tenha orientações políticas", porque "acho que toda a gente está de acordo" com os seus fundamentos, realçou, revelando que o documento deverá ser entregue na Assembleia da República em novembro.
Segundo o promotor da petição, os atuais edifícios do HESE apresentam "vários constrangimentos" que provocam "custos muito acrescidos" na despesa anual do hospital.
"Se houver falta de água, têm de ser os bombeiros a levar água ao hospital, porque não existe um depósito, as estruturas elétricas são antigas e há risco de curto-circuitos e não há possibilidade de crescer para receber novas especialidades e alagar as que já existem", apontou.
O Governo determinou, em março deste ano, a constituição de um grupo de trabalho para a preparação e lançamento, num prazo de seis meses, do concurso público internacional do novo hospital, mas o tempo determinado já foi ultrapassado, sem que tenha sido divulgado qualquer desenvolvimento.
Já em janeiro deste ano, o primeiro-ministro, António Costa, tinha anunciado, em Évora, que o Governo ia propor a dotação de 40 milhões de euros para o arranque da construção da nova unidade hospitalar, no âmbito da reprogramação do Portugal 2020, prevista para este ano.
Quando foi lançada, em 2010, a nova unidade estava projetada para ter uma capacidade de 351 camas, extensível a 440, num investimento previsto, na altura, na ordem dos 94 milhões de euros.
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