O ministério dos Transportes e o ministério da Segurança Pública reuniram, este domingo, com executivos da empresa, e exigiram uma “retificação integral” da mesma, após o segundo homicídio num espaço de três meses.
A polícia informou, na semana passada, que uma mulher de 20 anos desapareceu, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China.
A mulher ainda enviou uma mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria dos crimes.
A empresa assegura que o condutor não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o crime.
Em maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China.
Já em 2016, uma mulher de 24 anos foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel.
Os incidentes “revelam grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança no Didi”, afirmou um funcionário do ministério chinês dos Transportes, apontando que a irresponsabilidade da empresa ameaça “seriamente” a segurança, direitos e interesses dos passageiros, e causa um impacto social negativo.
A empresa, líder nos serviços de transporte privado na China, permite ainda chamar táxis convencionais, conseguindo acabar com os protestos dos taxistas chineses, face ao receio de concorrência desleal.
Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adotou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em janeiro passado.
No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56.000 milhões de dólares (48.170 milhões de euros).
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