Pedro Nuno Santos falava na sede nacional do PS, em Lisboa, já depois da meia-noite, em resposta às perguntas da comunicação social, depois do seu discurso de vitória.
Interrogado pelos jornalistas sobre a chamada “Geringonça”, respondeu: “Eu nunca falei em Geringonça nenhuma, aliás, termo que eu nunca usei muitas vezes, porque aquilo de Geringonça não teve nada. Aquilo foi mesmo estável e funcionou bem. Foi sólido”.
“De qualquer forma, aquilo que eu disse, e repito, é que nós vamos trabalhar para ter uma grande vitória, vamos querer mobilizar o povo português para ter uma grande vitória. E o nosso discurso, o nosso programa é o programa eleitoral do PS”, acrescentou Pedro Nuno Santos.
O recém-eleito secretário-geral dos socialistas, que venceu as eleições diretas de sexta-feira e sábado com 62% dos votos, frisou que é com o programa do PS que quer “chegar à maioria do povo português” nas legislativas antecipadas de 10 de março.
“É esse o nosso objetivo: tentarmos ter uma grande maioria para conseguirmos estabilidade, para que a solução de governo que venhamos a liderar tenha estabilidade. Essa estabilidade depende de um PS forte, e é isso que nós vamos tentar conseguir ao longo desta campanha junto dos portugueses”, reforçou.
Antes, questionado sobre futuros entendimentos de governo, Pedro Nuno Santos não se comprometeu com nenhuma solução e declarou-se empenhado em “trabalhar e lutar para ter um grande resultado”, acrescentando: “E depois, consoante a configuração parlamentar, logo trataremos de encontrar uma solução governativa”
“Mas que ninguém se esqueça, aquela que melhor garanta o programa eleitoral do PS, é para isso que nós vamos trabalhar”, salientou.
Questionado se irá protagonizar um PS mais à esquerda, o novo secretário-geral discordou: “Acho que não”.
“Queremos dar um novo impulso, uma nova energia, para nós continuarmos a concretizar o projeto — e perdoem-me usar este termo, que em Portugal faz confusão — o projeto social-democrata que o PS tem para o país. Nós somos a única plataforma política que concilia o progresso social com o progresso económico. Eles para nós não são opostos, constroem-se em conjunto, e é isso que nós queremos continuar a fazer”, disse.
Pedro Nuno Santos sustentou que a divisão entre esquerda e direita é importante para quem está “na bolha, políticos, jornalistas, comentadores”, mas que “não é assim que os portugueses olham para a política, os portugueses olham para a política à procura de respostas para os seus problemas”.
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