Pedro Nuno Santos fez estas declarações aos jornalistas em Lamego, trinta minutos antes de a Aliança Democrática (AD) realizar um comício nesta cidade do distrito de Viseu, durante uma rápida ação de campanha com apoiantes que não estava prevista no programa da caravana do PS.
Interrogado se, com a sua presença em Lamego, está a fazer marcação cerrada ao presidente do PSD, Luís Montenegro, o secretário-geral do PS negou.
“Vamos ter hoje [ao fim das tarde] um comício em Viseu, que será três ou quatro vezes maior do que o deles, mas quisemos aqui, em Lamego, ter um contacto direto com as pessoas”, justificou, depois de ter entrado numa pastelaria, onde cumprimentou algumas pessoas e até brincou com uma criança que estava com um Lego.
“Tivermos um contacto com o povo trabalhador, quem nós representamos. Não há cá marcação cerrada [a Luís Montenegro], nós estamos a fazer campanha”, completou.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS desvalorizou as sondagens que indicam uma provável vitória da AD nas eleições de 10 de março, referindo, para o efeito, estudos de opinião divulgados na última semana de campanha antes das legislativas de janeiro de 2022.
“Havia então todo um discurso com comentadores, baseado em sondagens, a pôr em risco a vitória do PS, mas o PS terminou com uma maioria absoluta. Portanto, vamos ter humildade, respeitar o povo português, que vota no dia 10 de março”, contrapôs.
Neste contexto, manifestou-se convicto que “estes 15 dias até às eleições vão fazer a diferença, porque são 15 dias em que o PS vai ter contacto direto com o povo”.
Confrontado com o facto de o presidente do PSD ter hoje apontado que o PS se quer entender com partidos à sua esquerda que não são favoráveis ao apoio à Ucrânia, Pedro Nuno Santos classificou essa posição como “um absurdo completo”.
“Em matéria de política externa, o PS não hesita um milímetro. Está com a Ucrânia e defende um reforço de apoios por parte da Europa. No passado, já trabalhámos com outros partidos em que se conseguiram avanços sociais muito importantes e nunca se beliscou a posição do PS em matéria de política externa, designadamente no que respeita à União Europeia e à Aliança Atlântica. Isso é impossível de ser alterado, porque são matérias estruturantes para o PS”, acentuou.
A seguir, contra-atacou: “Medo tenho eu do que a AD e a Iniciativa Liberal querem fazer aos salários e aos serviços públicos”.
Questionado sobre o facto de o cabeça de lista socialista por Braga, José Luís Carneiro, ter afirmado horas antes, em Guimarães, de que podem estar em curso negociações escondidas entre o PSD e partidos à sua direita, o líder socialista recusou-se a falar sobre o assunto, alegando que essa não é matéria que o preocupe.
“Sobre essa matéria já disse tudo o que tinha a dizer. Fui o líder partidário mais claro. Não vou voltar ao tema e quem não deu resposta é que vai ter de voltar a esse tema”, declarou, numa alusão a Luís Montenegro.
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