"É para mim uma honra liderar uma lista com esta elevada qualidade, sucedendo a personalidades como Mário Soares, António Vitorino e ao próprio Francisco Assis", declarou Pedro Marques aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, em Lisboa.
A lista de candidatos socialistas ao Parlamento Europeu, que foi proposta pelo secretário-geral do PS, António Costa, obteve 68 votos a favor, nove contra (provenientes da tendência minoritária de Daniel Adrião) e três abstenções.
Perante os jornalistas, o ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas não explicou as razões que levaram a direção do PS a não incluir na lista a antiga ministra Maria João Rodrigues, que está a ser alvo de um processo por assédio laboral em Bruxelas.
"Houve uma renovação significativa" face aos candidatos presentes na lista às europeias do PS de 2014, alegou Pedro Marques, dizendo que apenas dois dos atuais eurodeputados, Pedro Silva Pereira e Carlos Zorrinho, voltam a candidatar-se nas eleições de 26 de maio próximo.
"Houve uma renovação da nossa lista. São opções dos órgãos do PS. Alguns continuam e outros que, embora tendo feito um trabalho extraordinário, terão certamente outras funções relevantes para desempenhar. Temos uma lista de enorme qualidade, com quadros jovens e muitas mulheres", defendeu.
Antes, Daniel Adrião, da tendência minoritária, criticou a ausência de um processo aberto na escolha da lista de candidatos do PS, razão pela qual o seu grupo votou contra. Daniel Adrião disse agora esperar que o PS cumpra os seus estatutos e não desperdice uma segunda oportunidade, elegendo os seus candidatos a deputados nas eleições legislativas através de primárias abertas a todos os simpatizantes.
Margarida Marques e Isabel Santos são as principais novidades da lista do PS
A presença da ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus Margarida Marques e da deputada portuense Isabel Santos são as duas principais novidades na lista de candidatos socialista às europeias ontem apresentada pelo líder do PS, António Costa.
A seguir ao cabeça-de-lista do PS nas eleições para o Parlamento Europeu, Pedro Marques, surge em segundo lugar, tal como se esperava, a ex-ministra da Presidência Maria Manuel Leitão Marques, sendo o terceiro lugar ocupado pelo eurodeputado Pedro Silva Pereira.
Entre o quarto e o oitavo lugar - a chamada zona de eleição quase segura - surgem os seguintes candidatos: Margarida Marques (ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus e antiga líder da JS), André Bradford (líder parlamentar dos socialistas açorianos), Sara Cerdas (médica madeirense), Carlos Zorrinho (eurodeputado e antigo líder parlamentar sob a liderança de António José Seguro) e Isabel Santos (deputada do PS e especialista nas questões de refugiados e Direitos Humanos).
No nono lugar, na chamada zona cinzenta de eleição, está o líder da Federação do Porto do PS, Manuel Pizarro, apesar de este antigo secretário de Estado antes ter manifestado descontentamento por ter sido colocado nessa posição.
Porém, mais tarde, o líder da Federação do Porto do PS, Manuel Pizarro, manifestou-se satisfeito com a presença de Isabel Santos na oitava posição, afirmando que a representatividade da sua região na lista de candidatos socialistas "é forte". Confrontado com as questões dos jornalistas, Manuel Pizarro procurou sempre desdramatizar o facto de Isabel Santos entrar à sua frente na lista e negou qualquer insatisfação pela sua posição no nono lugar. "Esta é uma belíssima lista. Pelo facto de ter sido incluída uma segunda candidata na lista ajuda-nos a sentir que estamos melhor representados. É muito importante que o Porto e o Norte tenham esta representação", alegou. Logo a seguir, também a deputada socialista Isabel Santos desdramatizou as anteriores queixas feitas por Manuel Pizarro em relação à composição da lista. "No Porto, fazemos política com muita paixão e temos de interpretar as reações dos últimos dias como algo muito natural", declarou Isabel Santos.
Após o nono lugar de Manuel Pizarro, está na décima posição Isabel Estrada (doutorada em sociologia pela Universidade do Minho) e em décimo primeiro João Albuquerque (mestre em História).
No próximo dia 9, o PS reúne-se em Comissão Nacional, o órgão máximo entre congressos, para aprovar o manifesto eleitoral do PS.
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