Numa declaração política na Assembleia da República, Paula Santos afirmou que “o que falta no bolso dos trabalhadores e dos reformados sobra no bolso dos grupos económicos”, considerando que “mais uma vez o Governo PS e os partidos à sua direita - PSD, Chega, IL e CDS - não confrontam os interesses dos grupos económicos, nem querem beliscar os seus lucros”.
“Os dados do INE [Instituto Nacional de Estatística] confirmam o que é obvio: o aumento especulativo dos preços a par da perda de poder de compra, na ausência de soluções do Governo para enfrentar esta situação, não traz nada de bom, como a realidade demonstra, e irá privar milhares de trabalhadores e de reformados de aceder a bens essenciais, como a comida”, salientou.
A deputada do PCP defendeu que "combater o agravamento das condições de vida passa pelo aumento dos salários e das pensões e por uma justa redistribuição da riqueza criada, pelo controlo e regulação de preços de bens e serviços essenciais, pelo combate à especulação e contra o favorecimento dos interesses dos grupos económicos, pela promoção da produção nacional e o reforço dos serviços públicos".
A líder parlamentar anunciou que o PCP entregou hoje no parlamento uma proposta "para o aumento intercalar das pensões, com efeitos imediatos, em 9,1%, num valor mínimo de 60 euros", considerando que "é justo para os reformados e pensionistas que são cada vez mais empurrados para a pobreza".
Também numa declaração política, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda apontou que “é cada vez mais caro colocar alimentação na mesa” e que “quando a crise coloca em causa a alimentação da população é motivo para soarem todos os alarmes”.
Pedro Filipe Soares criticou o Governo por não querer aumentar salários, enquanto “deixa os lucros disparar, não controla os preços”, e as “famílias é que estão permanentemente a pagar”.
Na sua intervenção, o bloquista criticou que o Governo “não mexe uma palha” para travar “o aumento de preços, o abuso, a cartelização que existe em muito setores”.
“Onde é que o Governo mete a mão? É no rendimento das famílias, empurrando para baixo. Dizendo que os salários não podem subir porque são a ameaça à inflação, que não pode aumentar a administração pública porque é a ameaça às contas públicas e na prática dizendo ao país que a ameaça ao país é quem trabalha, quem vive do seu trabalho”, lamentou.
Num pedido de esclarecimento, a deputada Vera Braz, do PS, defendeu que a resposta não passa “soluções aparentemente fáceis de uma constante interferência no funcionamento do mercado que, ao invés de contribuir, pode mesmo trazer consequências danosas para a economia e para os consumidores”.
“Querem os senhores deputados, através de um modelo de controlo de preços, provocar um desincentivo à produção, querem que amanhã nas prateleiras dos supermercados não existam produtos, bens essenciais”, criticou, considerando que são necessárias “políticas sérias”.
Depois, a também socialista Rita Madeira criticou o PCP e o BE por terem votado contra as alterações legislativas da Agenda do Trabalho Digno.
Hugo Carvalho, do PSD, afirmou que o PCP defende que “quem ganhou com o aumento de preços que pague a crise” e defendeu que “o agente económico que mais ganhou com o aumento de preços” foi o Estado.
Mais à frente, o deputado Hugo Oliveira, também do PSD, afirmou que o país se encontra “num ciclo de empobrecimento galopante e esse ciclo tem uma cara, e essa cara é António Costa”.
O deputado Bruno Nunes, do Chega, afirmou que “durante seis anos não fez absolutamente nada pela progressão de carreira dos trabalhadores, pela redução da taxa de IVA nos bens alimentares, exceto aqueles que são vendidos na Festa do Avante!, não fez absolutamente nada pelo IMI, pelo IRS familiar, exceto quando não pagam na Quinta da Atalaia”.
Comentários