O projeto prevê a construção de um hotel de cinco estelas, com 124 quartos (248 camas), nos pavilhões centenários localizados no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, concessionados pela autarquia do distrito de Leiria ao Grupo Visabeira.
Ocupará uma área de 15.500 metros quadrados de construção e contempla ainda uma ligação (através de um cubo em vidro) entre o Céu de Vidro e a antiga Casa da Cultura (onde funcionará o bar restaurante) aos pavilhões e a construção de um edifício multiúsos no local onde tempos existiu uma sala de cinema.
Para tornar viável o investimento estimado em 15 milhões de euros, a câmara aprovou uma alteração do PDM (Plano Diretor Municipal) que altera o uso dos pavilhões para “serviços e comércio”, permitindo a ampliação da área total de construção, através da subdivisão dos pisos e a criação de pisos intermédios no imóvel com um pé direito de seis metros de altura.
O contrato de concessão determinava que o projeto para a requalificação e reabilitação dos pavilhões teria que ter, para além da autarquia, a aprovação da Direção Geral do Património Cultural, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e do Turismo de Portugal, que deverão pronunciar-se após a aprovação prévia que hoje mereceu votação unânime no executivo com cinco eleitos do PSD e dois do PS.
Numa declaração de voto enviada à agência Lusa, os dois vereadores da oposição, Luis Patacho e Jaime Neto, reconhecem “o interesse público municipal e até nacional no projeto”, considerando o futuro hotel “uma importante infraestrutura de apoio ao termalismo, potenciando a diversificação económica e social da estância termal das Caldas da Rainha" e potenciando “o desenvolvimento do turismo regional".
Os socialistas, que desde a apresentação do anteprojeto defenderam algumas alterações à proposta da Visabeira, acolhidas pela câmara e pelos promotores do hotel, consideram que “subsistem ainda aspetos que podem ser melhorados”.
Nomeadamente que a entrada do hotel não seja feita pelo Céu de Vidro, que a ligação entre este edifício e os pavilhões não impeça a passagem do público e que os materiais do novo edifício a implantar na zona do antigo Salão Ibéria sejam “mais leves”.
Aspetos que não impediram os dois vereadores de votar favoravelmente a aprovação prévia para que o hotel seja licenciado.
O novo hotel tinha como data limite de abertura ao público o dia 02 de dezembro de 2020, data que não deverá ser cumprida devido aos atrasos na aprovação do projeto.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter mais esclarecimentos junto da Câmara das Caldas da Rainha.
Projetados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para internar aquistas e fazer da cidade uma verdadeira estância termal, os Pavilhões dos Parque nunca chegaram a cumprir essa função, tendo albergado, durante mais de 100 anos um quartel militar, uma esquadra da polícia, escolas e uma biblioteca.
Integram o património termal cedido pelo Estado à autarquia, em dezembro de 2015, e concessionado por esta à empresa Empreendimentos Turísticos Monte Belo, do Grupo Visabeira.
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