"Julgo que se trata de uma homenagem nacional, que é sentida por todos os portugueses", disse Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à saída do Mosteiro dos Jerónimos, onde o corpo de Mário Soares está desde o início da tarde em câmara ardente.
Sublinhando que esteve nos Jerónimos não apenas como presidente do PSD e ex-governante, mas também como cidadão, Passos Coelho explicou que quis deixar uma "palavra amiga e solidária" à família de Mário Soares, "num momento que é de tristeza".
Passos Coelho recordou ainda que conheceu Mário Soares em 1984, quando estava na JSD e o antigo Presidente da República era primeiro-ministro.
"De então para cá foram múltiplas as ocasiões em que nos encontrámos e em que tivemos oportunidade de conversar", disse, sublinhando, contudo, que este é o momento para falar o que foi a vida de Mário Soares e o significado da sua intervenção cívica e política e não para falar de histórias pessoais.
Passos Coelho, ao contrário do que têm feito outras personalidades, optou por estar na fila do público que se deslocou ao Mosteiro dos Jerónimos para homenagear Mário Soares,
Antes de Passos Coelho já tinha estado no Mosteiro dos Jerónimos o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que sucedeu a Mário Soares no cargo.
Jorge Sampaio, que no dia da morte de Mário Soares já tinha feito uma declaração pública, não quis hoje falar à comunicação social.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR .
O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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