De acordo com a publicação relativa à conformidade ambiental da central eólica offshore Windfloat Atlantic, hoje consultada pela agência Lusa, aquele "procedimento de verificação" teve início na segunda-feira e termina no próximo dia 10 de agosto.
Em causa está um projeto de aproveitamento da energia das ondas orçado em 125 milhões de euros, coordenado pela EDP, através da EDP Renováveis, e que integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos.
A central eólica é composta por três aerogeradores, assentes em plataformas flutuantes ancoradas ao fundo do mar, similares às testadas no projeto WindFloat, que esteve implantado na Póvoa de Varzim, entre 2011 e 2016.
"Da plataforma que fica mais próxima da costa, partirá um cabo elétrico submarino em direção a terra, o qual terá a função de transportar a energia produzida até ao ponto de interligação com a rede elétrica existente", especifica a CCDR-N na nota.
Aquele projeto prevê "uma produção anual média estimada em cerca de 74,5 gigawatts", sendo que aquele valor "equivale, em termos médios, ao consumo doméstico de energia elétrica de um aglomerado populacional de cerca de 60.000 habitantes (cerca de três quartos do número de munícipes de Viana do Castelo)".
A CCDR-N adianta que a documentação que compõe o Procedimento de Verificação da Conformidade Ambiental do Projeto de Execução, incluindo o Resumo Não Técnico, encontra-se disponível para consulta online através do seu website.
O projeto Windfloat faz parte da Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas, cujo objetivo principal é a criação de um cluster industrial exportador destas novas tecnologias energéticas limpas", que tem potencial para gerar "254 milhões de euros em investimento, 280 milhões de euros em valor acrescentado bruto, 119 milhões de euros na balança comercial e 1.500 novos empregos.
Esta tecnologia permite a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros, assentando no desenvolvimento de uma plataforma flutuante semissubmersível e triangular, com origem na indústria de extração de petróleo e de gás, onde assenta uma turbina eólica com vários megawatts (MW) de capacidade de produção.
Para a conceção e construção de um protótipo foi montada uma turbina eólica de dois MW, tendo este sido depois instalado ao largo da costa portuguesa, perto de Aguçadoura, na Póvoa do Varzim, e ligado à rede elétrica em 2011. Após cinco anos no mar, o WindFloat concluiu, no final do ano 2016, a fase de testes.
O projeto - o primeiro de instalação de turbinas eólicas offshore em todo o mundo que não implicou a utilização de pesados sistemas de construção e montagem no mar - terá agora continuidade uns quilómetros a norte, em Viana do Castelo, onde será instalado o primeiro parque eólico offshore flutuante com base nesta tecnologia.
Em março, durante uma visita a Viana do Castelo, questionada pelos jornalistas, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse que o início da produção de energia naquele parque eólico "levará pelo menos um ano".
A governante justificou aquela previsão com o "tempo necessário" para a produção dos componentes do cabo submarino que vai ligar o parque eólico flutuante e a rede, instalada no território daquele concelho do Alto Minho.
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