O procurado pela polícia entregou-se depois do ministro do Interior, Pierre-Henry Brandet, ter dito, em declarações à rádio Europe 1, que um segundo homem tinha sido identificado pelas autoridades belgas e referido às autoridades francesas.
Agora, é avançada a informação de que o homem não tem qualquer ligação com o atentado.
"Este homem veio à polícia ontem à noite depois de se ver aparecer nas redes sociais como o principal suspeito relacionado com os factos de ontem", informou um procurador belga na cidade de Antuérpia, citado pela agência Associated Press, que não quis ser identificado.
O mesmo responsável deixou claro que o homem “não faz parte de uma investigação de terrorismo”.
O próprio ministro belga da Justiça, Koen Geens, afirmou esta manhã ao canal belga de televisão VRT que, no momento das suas declarações, não havia “qualquer informação” sobre a ligação entre os dois casos.
Esta manhã, o porta-voz do Ministério francês do Interior, Pierre-Henry Brandet, citado pela emissora "France Info", disse que um suspeito tinha sido sinalizado pelos serviços secretos belgas às autoridades francesas depois do ataque de quinta-feira, em que um polícia foi morto e dois ficaram feridos antes de o autor dos disparos ser abatido pelas forças de segurança.
Brandet sublinhou também ser “demasiado cedo” para dizer se esse homem estaria “muito ou pouco” ligado aos acontecimentos nos Campos Elísios, acrescentando haver ainda “um conjunto de informações a verificar”, sendo que a investigação francesa não se permitia “fechar qualquer porta”.
No mesmo sentido, um porta-voz do Ministério Público belga disse à AFP que “a única coisa” que podia dizer à hora em que foi interrogado, “9:15 desta manhã”, é que não havia “ligação entre esse acontecimento [o tiroteio em Paris] e a Bélgica”, ainda que “o inquérito [belga] prossiga em estreita colaboração com os investigadores franceses”.
Um polícia foi morto e dois ficaram gravemente feridos na quinta-feira à noite, quando um homem disparou contra o veículo em que seguiam na avenida dos Campos Elísios, no centro de Paris.
O atacante foi morto por outros agentes da polícia francesa e um transeunte foi também atingido.
"O agressor chegou de carro, saiu. Abriu fogo contra o carro da polícia com uma arma automática, matou um dos polícias", disse fonte policial citada pela AFP.
Uma turista ficou "ligeiramente ferida por bala" durante a troca de tiros, acrescentou outra fonte policial.
O Presidente francês, François Hollande, que convocou um Conselho de Segurança para a manhã de hoje, afirmou que o caso está a ser investigado pela secção antiterrorista da procuradoria de Paris e que as pistas que poderão conduzir a investigação "são de ordem terrorista".
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou já o ataque, através de um comunicado divulgado pelo órgão de propaganda do EI, a Amaq.
“O autor do ataque nos Campos Elísios, no centro de Paris, é Abu Yussef, ‘o Belga’, e é um dos combatentes do Estado Islâmico”, relatou a Amaq.
As autoridades francesas afirmaram que o autor do ataque estava identificado como extremista por ter manifestado a intenção de matar polícias, segundo fontes próximas do inquérito, citadas pela AFP.
O ataque ocorre a três dias da primeira volta das eleições presidenciais em França, em que a segurança é um dos temas em destaque, após vários ataques terroristas no país nos últimos anos.
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