A iniciativa converteu pela primeira vez o enorme auditório papal projetado pelo arquiteto italiano Pier Luigi Nervi numa sala de jantar incomum, com mesas circulares organizadas em torno de outra central onde o pontífice estava sentado.
A missa no Vaticano e o almoço fazem parte do programa da celebração do "I Dia Mundial dos Pobres", instituído pelo papa como alerta aos cristãos para ajudar as pessoas em situação desfavorecida.
Na missa, o papa disse que a "indiferença" é o "maior pecado contra os pobres" e que, para os cristãos, é um "dever evangélico" cuidar deles.
"Nós temos talentos, somos talentosos aos olhos de Deus. Por consequência, ninguém pode pensar que é inútil, ninguém pode dizer que é tão pobre ao ponto de não poder dar alguma coisa aos outros", declarou o papa, durante uma missa na basílica de São Pedro à qual assistiam cerca de 7.000 necessitados.
“Temos frequentemente a ideia de não ter feito nada de mal e por isso contentamo-nos, presumindo sermos bons e justos”, afirmou o papa.
"Mas não fazer nada de mal não chega. Porque Deus não é um controlador à procura de notas, é um Pai à procura de filhos a quem confiar os seus bens e os seus projetos", sublinhou.
Para o chefe da Igreja católica, esta "omissão também é um grande pecado contra os pobres, assume um nome preciso: indiferença”. É dizer: "isso não me diz respeito, isso não é assunto meu, é culpa da sociedade".
A missa contou com a participação de 6.000 a 7.000 pobres, muitos acompanhados por organizações de ajuda aos necessitados, que vieram principalmente de países europeus, embora também existissem refugiados de outras partes do mundo.
A banda da guarda do Vaticano e o coro "Le dolci note" animaram a o almoço, servido por cerca de 150 voluntários de diferentes dioceses e paróquias.
O menu foi preparado por um conhecido restaurante na cidade de Bassano del Grappa, na região do Veneto (nordeste da Itália) e foi composto de gnochetti da Sardenha com tomate, azeitonas e queijo Collina Veneta, guisado com legumes, polenta e brócolos e tiramisu para a sobremesa.
Cerca de 2.500 pessoas que participaram na missa foram convidadas a almoçar em cantinas de seminários e instituições católicas em Roma, como a Comunidade de Sant'Egidio, Cáritas, o Circolo di San Pietro ou o Pontifício Colégio Americano.
Durante esta semana, foram oferecidas consultas médicas com especialistas em cardiologia, dermatologia, doenças infecciosas, ginecologia e andrologia, gratuitamente, com o apoio de diferentes instituições médicas em Roma e no Vaticano, informou o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
A assistência aos pobres, além do almoço oferecido no Vaticano, segue as iniciativas lançadas nos últimos anos durante o pontificado de Francisco, com o objetivo de ajudar as pessoas desfavorecidas nas imediações da Cidade do Vaticano.
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